O secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, afirmou nesta sexta-feira (17), em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, que conversou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a controvérsia que se instalou após a divulgação do vídeo sobre o Prêmio Nacional das Artes, em que foi citada uma frase atribuída ao ministro da Propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.
"Conversei com o presidente hoje [17] de manhã sobre esse assunto, falei para ele sobre a coincidência retórica que havia entre as frases, e que não era sabedor da fonte da frase. Mas reafirmei o fato de que a frase em si se coaduna com o nosso ideal de construção de uma arte nacional, uma arte heroica, uma arte vinculada ao povo que o elegeu e que através dele me colocou também aqui", afirmou. O Palácio do Planalto havia informado que não se manifestaria sobre as falas de Alvim.
A frase de Alvim que despertou polêmica foi: "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada".
Em 1933, Goebbels fez o seguinte pronunciamento a diretores de teatro: "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".
Alvim disse que, se soubesse que a frase era de autoria de Goebbels, "jamais teria mencionado". Ele também declarou que considera "perfeito" o sentido da frase e ressaltou que ditadores, ao longo da história, se utilizaram de positivas frases de efeito para camuflarem seus objetivos. O secretário disse ter "repugnância completa" ao nazismo, "como qualquer indivíduo com sanidade mental".
"Tenho tanta repugnância ao nazismo como tenho ao comunismo. Que, aliás, bateu os recordes de Adolf Hitler no extermínio de pessoas", acrescentou.
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