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Favoritismo

Rodrigo Pacheco é eleito presidente do Senado

Rodrigo Pacheco é o novo presidente do Senado: senador marcou eleição dos demais membros da Mesa Diretora para terça-feira (2) (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

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O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) confirmou o favoritismo e é o novo presidente do Senado. Apoiado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e pelo presidente Jair Bolsonaro, sua candidatura teve a adesão de 11 partidos. Ele obteve 57 votos contra 21 de Simone Tebet (MDB-MS).

"Não existem mais candidaturas, não existem mais divisões", ressaltou o novo presidente da Casa, citando o antecessor. Em seu discurso, ele também elogiou a oponente, a quem destacou a elegância e altivez.

Ao todo, apoiaram sua candidatura DEM, MDB, PSD, PP, PSDB, PDT, PT, Pros, Republicanos, PL e PSC. Criticado pelos opositores de ser um presidenciável subserviente ao governo, Pacheco disse que, em discurso antes da votação, terá uma postura de independência.

“A divergência e a discussão de propostas é algo muito rico. Mas quero garantir a independência do Senado da República. Asseguro com toda força do meu ser, o meu proposito é de independência aos demais poderes. Não haverá nenhum tipo de interferência externa, e a busca do consenso deverá ser a tônica”, afirmou Pacheco.

Reformas econômica e do regimento interno: as promessas de Rodrigo Pacheco

A vitória de Pacheco foi construída com base mais nas costuras políticas do que em promessas de campanha. Mas, nesta segunda-feira (1º), ele deixou claro que vai defender a agenda de reformas e a agenda do regimento interno do Senado.

O senador defende que vai pautar "reformas que dividem opiniões", como a tributária e administrativa. Ele avisa, contudo, que os temas serão enfrentados com urgência, mas sem "atropelo". "O ritmo dessas e outras será sempre definido com os líderes e o Plenário desta Casa", destacou.

Quanto ao regimento interno, ele prometeu revê-lo para criar o cargo de líder da oposição. Atualmente, a Casa dispõe apenas da liderança da minoria. O cargo existe na Câmara, mas não no Senado. Pacheco também se comprometeu a respeitar a deliberação das reuniões do colégio de líderes.

Dentro da reunião do colégio de líderes, Pacheco se comprometeu a reformar de modo a destinar uma vaga à representação feminina na Casa. "Que, até hoje, não havia sido formalizada na nossa normativa", destacou. A promessa de reunir periodicamente a Mesa e o colégio de líderes é um dos pedidos demandados desde a gestão anterior.

Saúde, segurança pública Justiça e corrupção: as outras promessas

Além das reformas econômica e do regimento interno, Pacheco se comprometeu a garantir que trabalhará para que as diversas proposições sejam amplamente "tratadas, discutidas e aprimoradas". Entre essas medidas, ele defendeu propostas para a geração de empregos, empreendedorismo, vacinação para toda a população e uma visão de desenvolvimento sustentável do meio ambiente.

O demista também prometeu ter atenção para a defesa das mulheres, de proteção aos mais pobres, e em ampliar e democratizar o acesso à Justiça. "Nós vimos durante a pandemia a importância significativa dos nosso profissionais da saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS) que deve ser aplaudido, mas vimos, também, a importância do Judiciário para que possa seguir funcionando", declarou.

Outra pauta que Pacheco se comprometeu foi a com a de segurança pública, em um aceno a senadores como Major Olimpio (PSL-SP). "Vamos seguir avançando na pauta da segurança com proposições que dão mais resposta ao Estado para enfrentar a criminalidade, notadamente a criminalidade organizada e violenta", destacou.

Pacheco também demonstrou interesse em avançar na agenda do enfrentamento aos crimes contra a administração pública. "Em especial o combate à corrupção", disse. Alcolumbre prometeu o mesmo em sua eleição, em 2019, mas sentou em cima da pauta de prisão após condenação em segunda instância.

O que Rodrigo Pacheco disse sobre o relacionamento com o governo

Apoiado por Bolsonaro, Pacheco se comprometeu a dialogar com os demais poderes. Quanto ao Executivo, disse que dedicará "parte significativa" de seu "vigor" para pautar e dialogar as propostas do governo. Mas garantiu que terá o mesmo "vigor" para fiscalizar o governo federal. "Dele, exigiremos respeito aos compromissos assumidos e a independência deste poder Legislativo e do Judiciário, cujos assentos dependem da aprovação do Senado", declarou.

Ao Judiciário, ele prometeu tratamento de temas para aperfeiçoar a legislação para possibilitar o funcionamento ágil das instituições. "Deles, cobraremos respeito à autonomia e independência do poder Legislativo", disse. Em relação à Câmara, Pacheco disse que, seja quais forem os deputados escolhidos para compor a Mesa Diretora, assumirá o compromisso de uma construção comum de pautas e des decisões soberanas de ambos os plenários do Congresso.

Rodrigo Pacheco era favorito em eleição polarizada

A candidatura de Rodrigo Pacheco sempre foi tida como a favorita para levar a presidência do Senado, já que contava com o endosso de Bolsonaro e de Alcolumbre. Sua principal adversária foi a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

O nome de Simone foi lançado com o aval do próprio MDB, que desembarcou da candidatura nos últimos dias, levando a senadora a bancar a aposta como independente. Outros senadores que haviam se lançado como candidatos independentes acabaram abrindo mão em favor de Simone nesta segunda (1), dia da eleição. Foi o caso de Major Olímpio (PSL-SP), Kajuru (Cidadania-GO) e Lasier Martins (Podemos-RS).

Votação secreta com pandemia

A eleição do Senado é secreta e o os votos são registrados por meio de uma cédula de papel. Por causa da pandemia da Covid-19, são quatro urnas dispostas pelo Senado e cada senador só pode depositar o voto após ser chamado nominalmente. A ordem de chamada obedeceu critérios de antiguidade do estado e idade do parlamentar.

Apesar de ser secreta, cada senador pode abrir o voto, se assim desejar. Para manter o segredo, o presidente Davi Alcolumbre determinou que os votos das urnas fossem misturados, a fim de evitar especulações sobre quem votou em qual urna e em qual candidato.

Dos 81 senadores, 78 participaram da votação. Os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) não compareceram à votação porque estão de licença médica. As cédulas que seriam dos dois senadores foram rasgadas por Alcolumbre, para que não houvesse tentativa de fraude.

Além deles, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) está afastado desde que foi alvo de uma operação da Polícia Federal em outubro passado, em que foi flagrado com dinheiro na cueca. Seu suplente seria o próprio filho, mas ele não foi convocado para ocupar o cargo antes do recesso parlamentar.

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