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Da 1.ª eleição à presidência do Senado em 7 anos: a ascensão meteórica de Rodrigo Pacheco

Quem é Rodrigo Pacheco, novo presidente do Senado
Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é o novo presidente do Senado. (Foto: Beto Barata/Agência Senado)

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A eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado – um dos cargos mais altos da República – marca a ascensão meteórica de um político de 44 anos que até 2014 nunca havia ocupado cargo eletivo.

Formado em Direito e herdeiro de empresas de transporte rodoviário, Pacheco foi eleito conquistou uma vaga de deputado federal pelo MDB de Minas Gerais em sua primeira eleição, em 2014.

Novato na Câmara, Pacheco votou pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. E já mostrou capacidade de articulação política. Coordenou a bancada do MDB e presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante da Casa.

Na CCJ, em 2017, comandou articulações para atrasar as votações das denúncias contra o ex-presidente Michel Temer (MDB), a fim de dar tempo para que ele evitasse um processo que poderia levá-lo à cassação (Temer era alvo de denúncias de corrupção). Um dos argumentos usados por Pacheco para atrasar o processo foi, por exemplo, que enfrentava dificuldades para escolher o relator das denúncias.

Antes disso, porém, Pacheco já havia tentado ocupar um cargo mais alto: em 2016, disputou a prefeitura de Belo Horizonte pelo MDB. Ficou em terceiro lugar, mas tornou seu nome mais conhecido.

Na eleição seguinte, em 2018, Pacheco queria disputar o governo de Minas. Mas o MDB ensaiou uma aliança para a reeleição do então governador Fernando Pimentel (PT). A coligação acabou não ocorrendo. Ainda assim, o hoje senador sentiu que não teria espaço no MDB e se filiou ao DEM para disputar o governo.

Mas o DEM decidiu compor uma aliança com o PSDB, que lançou Antonio Anastasia ao governo. A Pacheco sobrou a vaga para o Senado na coligação. E ele venceu a eleição.

No Senado, Rodrigo Pacheco chega ao posto mais alto em apenas dois anos

No Senado, também teve uma ascensão rápida, deixando a condição de "calouro" para, apenas dois anos depois, ser o senador com mais poder na Casa.

A eleição de Pacheco também evidencia, mais uma vez, a capacidade de articulação política do mineiro. Para chegar ao comando do Senado, ele teve o apoio do presidente Jair Bolsonaro, do grupo então presidente da Casa Davi Alcolumbre (DEM-AP) e até do PT – embora tenha votado pelo impeachment de Dilma.

Aliados de Pacheco dizem que ele irá manter a ponte construída por Alcolumbre com o Palácio do Planalto e facilitar a demanda de senadores com o governo.

Para alguns senadores, contudo, Rodrigo Pacheco é considerado imaturo para o cargo e há desconfiança de que ele usará o posto para se alçar à disputa pelo governo de Minas Gerais em 2022. Porém, se isso ocorrer, ele irá romper um acordo que fez para garantir apoios em sua campanha pela presidência do Senado. O PSD teria decidido apoiá-lo após Pacheco comprometer-se a não disputar o governo mineiro contra o atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).

Senador se envolveu em polêmica na ANTT

Pacheco emplacou recentemente a indicação de um assessor de seu gabinete como diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Na prática, ele terá um aliado dentro do órgão que tem como atribuição regular empresas como as de sua família.

Indicado para a vaga, o ex-deputado estadual Arnaldo Silva Júnior (DEM-MG) não tem qualquer experiência no setor. Ele é advogado por formação e era funcionário comissionado do gabinete do seu colega de partido. Silva Júnior já foi sabatinado pelo Senado, etapa anterior à votação da indicação no plenário da Casa – o que ainda não ocorreu.

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