O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), assinou nesta quarta-feira (27) sua filiação ao PSD. A movimentação é tida como o primeiro passo para que Pacheco pavimente sua candidatura ao Palácio do Planalto como um nome da chamada terceira via em 2022. Apesar disso, ele amenizou o tom de pré-campanha durante a solenidade de sua filiação e evitou falar sobre as eleições. Desde que as negociações eleitorais de Pacheco vieram à tona, o presidente do Senado passou a ser alvo de críticas por parte de outras lideranças. Ele é acusado, por exemplo, de travar no Senado a pauta legislativa de interesse do presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato à reeleição.
“Jamais permitirei que na minha realidade como presidente de uma Casa como o Senado Federal eu antecipe qualquer discussão de ordem política e eleitoral. A eleição é em 2022 e os partidos vão se preparar e isso precisa ser respeitada. Eu continuo no PSD na mesma linha que eu sempre tive, pregando a união e o diálogo e não antecipando discussão eleitoral”, disse Rodrigo Pacheco – que saiu do DEM, partido que anunciou a fusão com o PSL e vai virar o União Brasil.
Questionado por jornalistas se temia virar alvo de críticas por parte do Palácio do Planalto por causa das movimentações políticas, Rodrigo Pacheco afirmou que pretende manter a mesma postura que vinha tendo com o governo até o momento. O Senado tem imposto diversos entraves ao presidente Jair Bolsonaro, entre eles a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) e em matérias como a privatização dos Correios e a reforma do Imposto de Renda.
Sobre as acusações de estar travando as pautas do Planalto, Pacheco rebateu as críticas alegando que o Senado tem o seu tempo para analisar matérias. “O Senado Federal é formado por homens e mulheres competentes. Naturalmente quando a proposta é boa ela tem uma aceitação, mas quando não é boa ela é motivo de reflexão e melhorias. Não há nenhuma má vontade com qualquer proposta que tramita na Casa, mas não é no tempo da Câmara ou do Planalto”, defendeu Pacheco.
“Sempre respeitei críticas. (...) Mas eu pretendo manter a minha postura de pacificação, de moderação e de diálogo absolutos com todos os agentes políticos, inclusive com o Palácio do Planalto. Nós temos essa forma de condução”, disse Pacheco.
Kassab diz que Rodrigo Pacheco será o candidato a presidente do PSD
Apesar do tom moderado de Rodrigo Pacheco, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que sua legenda terá candidatura própria ao Planalto, e que o presidente do Senado será o candidato. “É uma imensa satisfação e responsabilidade daqui pra frente. Ele não vai falar e nem reconhecer, pois ele vai fazer uma reflexão. [Mas] o Rodrigo Pacheco vai ser o nosso candidato e será presidente da República”, defendeu Kassab.
A cerimônia de filiação de Pacheco ocorreu no Memorial JK, em Brasília, e a maioria dos discursos foram em tom de comparação do presidente do Senado com o ex-presidente Juscelino Kubitschek. A ideia de Kassab é passar a imagem de Pacheco como “pacificador” diante da polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quem será que no futuro próximo levará os ideais de JK à Presidência da República? Essa pergunta está aí nas nossas mentes. E o simbolismo desse evento se faz aqui no ambiente de JK, que denominou Brasília a capital da esperança – essa esperança que nós depositamos nos seus ombros”, disse o senador Antônio Anastasia (PSD-MG).
Já o presidente do PSD de Minas, Alexandre Silveira, disse que Rodrigo Pacheco é a “voz do equilíbrio” diante da polarização. “Mais uma vez é preciso entender o Brasil. De tempos em tempos um mineiro é chamado para ajudar o Brasil. Rodrigo Pacheco tem em si a história e a tradição dos políticos mineiros. Num país ensurdecido pelas vozes da polarização ele se faz ouvir pela voz do equilíbrio e diálogo”, disse Silveira.
Além da candidatura de Pacheco ao Planalto, Gilberto Kassab busca o reforço das candidaturas de nomes do seu partido para os governos estaduais. Atualmente a legenda conta com os governadores Ratinho Júnior (Paraná) e Belivado Chagas (Sergipe).
Presente no evento, Ratinho Júnior, que irá disputar à reeleição, afirmou que “entre os extremos”, o PSD se faz necessário para a “pacificação” do país. “O que representa a filiação do Pacheco é que o PSD tem se consolidado com um partido de equilíbrio e que busca a conciliação e a construção de pontes entre os movimentos políticos e a sociedade civil. Da disputa e da briga entre os extremos, o PSD é fundamental para esse equilíbrio, que é o estilo do PSD e do presidente do Congresso Nacional”, disse Ratinho Júnior.
Governador do Paraná acredita que o PSD será o “pacificador” em 2022
Além da candidatura de Pacheco ao Planalto, Gilberto Kassab busca o reforço das candidaturas de nomes do seu partido para os governos estaduais. Atualmente a legenda conta com os governadores Ratinho Júnior (Paraná) e Belivado Chagas (Sergipe).
Presente no evento, Ratinho Júnior disse que irá disputar a reeleição no Paraná. E afirmou que, “entre os extremos”, o PSD se faz necessário para a “pacificação” do país. “O que representa a filiação do Pacheco é que o PSD tem se consolidado com um partido de equilíbrio e que busca a conciliação e a construção de pontes entre os movimentos políticos e a sociedade civil. Da disputa e da briga entre os extremos, o PSD é fundamental para esse equilíbrio, que é o estilo do PSD e do presidente do Congresso Nacional”, disse Ratinho Júnior.
Para o governador do Paraná, seu partido vai oferecer um “caminho” para os brasileiros. “Estamos trabalhando muito para consolidar o PSD como o maior partido do Brasil. A filiação [do Pacheco] é a consolidação dessa rodovia que estamos pavimentando para o PSD e apontar um caminho para os brasileiros”, disse.
O partido de Kassab tenta ainda atrair a filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB. De acordo com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o seu partido está “fechado” com o ex-governador tucano.
Para o deputado estadual Georgiano Neto (PI), o seu partido será um dos maiores da próxima eleição. “Eleições essas que serão o divisor de águas no PSD. Nós não temos dúvidas do resultado eleitoral que nós teremos no próximo ano”, afirmou.
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