A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a abertura de investigação contra o ministro Alexandre de Moraes, da mesma Corte, pelo suposto crime de prevaricação.
O pedido da ministra à PGR foi feito após um advogado acionar a Corte diante da decisão de Moraes de determinar, em 17 de julho, a retirada de supostos conteúdos falsos contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os alvos dessa decisão estão postagens que apontam a suposta relação da legenda com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o que, para o magistrado, “pode vir a comprometer a lisura do processo eleitoral”.
Na ação, o advogado afirmou que a decisão de Moraes tem influência direta nas eleições presidenciais e que pode beneficiar o PT. Para o autor, também houve ativismo político por parte do ministro do STF. “Em tese, o noticiado está praticando o ilícito penal de prevaricação e ativismo político, pois, a sua decisão tem influência direta com as eleições presidenciais próxima, ou seja, ao “tentar” esconder as informações em delação premiada do Sr. Marcos Valério, que apontam para uma relação entre o Partido Dos Trabalhadores e o “ PCC”, promove claramente benefícios injustos e ilegais ao candidato a presidência da republica do Partido Dos trabalhadores, o que aponta sem qualquer sombra de duvidas para o delito de prevaricação, pois, promove ganhos eleitorais ao candidato do Partido em questão, como também, fica latente o ativismo politico no noticiado, que ocupando um cargo na Corte Suprema de nossa republica propicia tal situação para o arrepio da população Brasileira”, afirmou o advogado.
Essa é uma etapa regimental da ação em que a PGR irá decidir se pede ou não que Moraes seja investigado pelo STF. O despacho de Rosa Weber data de 5 de agosto. “Trata-se de Petição por meio da qual se noticia a prática, em tese, de crime de prevaricação (CP, art. 319) por Ministro deste Supremo Tribunal Federal. Determino a abertura de vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, a quem cabe a formação da opinio delicti em feitos de competência desta Suprema Corte, para manifestação no prazo regimental”, afirmou a ministra.
A suposta relação entre PT e PCC voltou à tona com uma reportagem do começo de julho da revista Veja, que teve acesso a falas do empresário Marcos Valério, delator do escândalo do mensalão, à Polícia Federal, de 2017, sobre a suposta proximidade entre o partido e a organização criminosa. Suspeitas desse vínculo já foram levantadas em outras ocasiões recentes, como nos casos do áudio vazado de um líder do grupo criminoso e do contador de Lula, João Muniz Leite.
Sobre a suposta ligação com o PCC, o Partido dos Trabalhadores (PT) publicou uma nota em seu site, em 18 de julho, em que comentou a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Segundo a legenda, "os conteúdos a serem excluídos são notícias falsas que buscavam ligar o PT à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e também ao assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002". O PT classificou os conteúdos como "uma série de fake news contra o partido e o ex-presidente Lula".
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF