Rui Costa apontou ainda que o mercado ficou “silencioso” enquanto Bolsonaro “torrava R$ 200 bilhões” para tentar a reeleição.| Foto: Jose Cruz/Agência Brasil.
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quinta-feira (26) que o mercado financeiro tenta desestabilizar o governo Lula e antecipar as eleições de 2026. Costa defendeu que é preciso “disputar a narrativa” nas redes sociais sobre as ações do Executivo e disse que o presidente Lula (PT) está "sereno" para o próximo pleito.

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“A gente [precisa] fazer a disputa da narrativa ocupando cada rádio desse país, cada blog, cada conta de Instagram, Facebook, TikTok, seja o que for. Porque o que eles estão fazendo é antecipar as eleições de 2026, trazendo para o presente uma tentativa de desestabilizar o governo. Mas, mais do que nunca, o presidente Lula está sereno e convicto de como nós vamos chegar em 2026”, disse o ministro durante o seminário do PT, em Brasília.

As críticas ocorrem em meio a reação do mercado à ampliação da isenção do Imposto de Renda, que resultou em altas recordes do dólar. A proposta foi anunciada junto com o pacote de corte de gastos. Além disso, uma pesquisa divulgada pela Quaest com 105 agentes do mercado mostrou que Lula é desaprovado por 90% deles.

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Questionado sobre a quem se referia quando citou que “eles” estariam tentando desestabilizar o governo, Rui Costa disse que “talvez os 90% dos 105 entrevistados naquela pesquisa”.

“Talvez eles queiram fazer isso… Se as pessoas não querem se curvar aos dados e aos fatos, eu só posso supor que tem outros parâmetros com os quais eles estão trabalhando, eventualmente pode ser um parâmetro político e eleitoral, que eles têm o direito de ter”, disse o ministro a jornalistas após o evento.

“Mas isso tem que ser explicitado. Porque se você não explicita informações técnicas, qualquer um – e eu – podemos levantar a hipótese de ter uma pretensão política nesse tipo de ato especulativo contra o Brasil”, completou.

Ministro critica silêncio do mercado com “R$ 200 bilhões torrados” por Bolsonaro

Durante o seminário, Rui Costa apontou ainda que o mercado ficou “silencioso” enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “torrava R$ 200 bilhões” para tentar a reeleição em 2022.

“A gente não viu o tal do mercado apontar essa absoluta irresponsabilidade com dinheiro público. Nós estimamos mais de R$ 200 bilhões que foram torrados em 2022 para tentar a eleição do presidente naquele ano. E o mercado absolutamente silencioso e apoiando o discurso vazio e inconsistente do então ministro da Economia [Paulo Guedes]”, enfatizou o chefe da Casa Civil.

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Ele ressaltou que os índices econômicos estão crescendo acima das projeções do mercado. “Para quem dizia que o Brasil ia crescer 1% no ano passado, o Brasil cresceu 3,3%. E no ano passado foi puxado pelo agronegócio. Inicia-se neste ano, as agências do tal mercado [dizendo] que o Brasil vai crescer 1,5%. Estamos em dezembro, e eles são forçados a publicar que o Brasil pode crescer 3,5% neste ano, não mais puxado pelo agronegócio que em função das chuvas e das secas decresceu”, disse.

Rui Costa admite insatisfação de deputados com bloqueio de emendas

O ministro da Casa Civil reconheceu que os parlamentares estão insatisfeitos com a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou a retomada das emendas, mas endureceu as regras de transparência. O impasse ficou evidente nesta quarta (4) durante a votação da urgência para dois projetos do pacote de corte de gastos, quando os requerimentos foram aprovados em placares apertados.

“A votação reflete também uma instabilidade com a questão das emendas parlamentares. Até então, as emendas estavam completamente bloqueadas, havia, e há uma insatisfação parlamentar pela não execução das emendas em função do bloqueio por decisão judicial”, disse o ministro a jornalistas após o seminário do PT.

“Nós vamos intensificar o diálogo, não temos dúvida da aprovação das medidas e de eventual aperfeiçoamento daquilo que está lá. Pode ter algum aperfeiçoamento, e a gente sempre tem dialogado, e até aqui não tem dúvida da aprovação das medidas”, emendou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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