Ministro diz que houve apenas uma orientação de Lula para que haja uma coesão no discurso do governo sobre medidas ao RS.| Foto: André Borges/EFE
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O ministro Rui Costa, da Casa Civil, negou nesta terça (14) que haja um bate-cabeça ou informações desencontradas dentro do governo por causa de ações dos ministros referentes a medidas de enfrentamento à tragédia do Rio Grande do Sul. A justificativa ocorre um dia depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter dado uma bronca nos ministros durante uma reunião ministerial convocada emergencialmente.

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Lula mandou os ministros não ficarem “dizendo coisas que não estão acontecendo, ficar inventando coisas que ainda não se discutiu”. Ele pediu coesão nas declarações dadas e defendeu que as ideias sejam debatidas antes de serem anunciadas, mas sem exemplificar quais foram as falhas de comunicação.

“Eu não diria que é um bate-cabeça, isso é natural numa equipe coletiva de qualquer governo, seja municipal, estadual ou federal. Quem é prefeito, governador ou presidente tem que fazer reuniões regulares, ainda mais num momento de crise como essa para organizar fluxo de informação, de anúncios”, disse Costa em entrevista à GloboNews.

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De acordo com ele, essa organização cabe “ao maestro da orquestra” para dar as orientações. “É preciso que a vontade de resolver não seja anunciada antes da concretude daquela solução. Às vezes você [o ministro] anuncia o que quer fazer, mas não é o que materialmente você conseguirá fazer”, completou.

Rui Costa afirmou que qualquer informação que não seja concretizada neste momento mais sensível da tragédia “gera desgaste desnecessário”. A fala é semelhante à que o próprio Lula disse durante a bronca aos ministros.

“Não é cada um que tiver uma ideia, vai falando da sua ideia, vai dizendo o que vai fazer, porque isso termina não construindo uma política pública sólida e uma atuação muito homogênea do governo no caso do Rio Grande do Sul”, disse Lula na reunião ministerial.

Lula ressaltou que há uma infinidade de problemas para serem resolvidos no Rio Grande do Sul. O mandatário reforçou que a reconstrução levará tempo, mas se comprometeu a deixar o estado “como era antes da chuva”.

Costa deve viajar com Lula e a primeira-dama Janja da Silva novamente ao Rio Grande do Sul nesta quarta (15) para anunciar medidas econômicas voltadas aos cidadãos e a criação de uma autoridade federal no estado para coordenar os trabalhos de reconstrução enquanto durar o período de calamidade.

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A expectativa é de que seja criado um benefício à população mais vulnerável atrelado ao CadÚnico e ampliação do Bolsa Família, que seria anunciado na terça (14), mas foi adiado em virtude da viagem.

Desde o começo das enchentes provocadas por fortes chuvas há mais de uma semana, o Rio Grande do Sul já decretou estado de calamidade com 447 municípios atingidos e mais de 2 milhões de pessoas afetadas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]