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Ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez balanço sobre a primeira reunião ministerial de Lula no Palácio do Planalto| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos ministros, durante reunião nesta sexta-feira (6), planos de entregas com as prioridades de cada pasta. Costa negou ainda que Lula tenha dado "puxão de orelha" em seus ministros que geraram crises e divergências nesta primeira semana de governo.

"Foi uma reunião. Como um técnico, ele [Lula] não vai a campo diretamente. Ele explica o estilo dele, a tática e vai uniformizar a equipe com estratégia e ritmo. Lula colocou seus convocados juntos para definir diretrizes, dizer o ritmo, acelerado para entregas porque o povo está sofrendo, com fome, problemas graves na saúde e sem casa para morar. Não foi em hipótese nenhuma para fazer nenhum reparo", disse Costa.

Lula tem defendido que seus ministros precisam dialogar como forma de mostrar unidade, a fim de evitar desgastes no começo do governo. A movimentação de Lula ocorreu depois que diversos ministros se envolveram em polêmicas nesta semana.

Entre eles o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que chegou a dizer que pretende discutir a “antirreforma da Previdência”. A reação veio logo em seguida por meio do próprio ministro da Casa Civil, que negou qualquer tipo de proposta nesse sentido.

Além de Lupi, outro ministro que teve que recuar de declarações polêmicas foi o do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Na quarta-feira (4), Marinho disse em entrevista ao jornal O Globo que a pasta pretendia acabar com a modalidade de saque-aniversário do FGTS. No dia seguinte, no entanto, ele afirmou que a manutenção ou não modelo será "objeto de amplo debate junto ao Conselho Curador do FGTS e com as centrais sindicais".

"A nossa preocupação é com a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras em caso de demissão e com a preservação da sua poupança", afirmou Marinho.

Lula quer realizar ao menos duas viagens a estados ainda em janeiro 

Ainda de acordo com o chefe da Casa Civil, Lula cobrou de seus ministros a entrega dos planos de prioridades de cada pasta com o objetivo de dar sequência ao governo em atos concretos. A expectativa é de que o presidente realize, ainda em janeiro, ao menos duas viagens para entregar obras ou dar início a programas de governo.

"Ele quer já em janeiro fazer duas viagens em estados para inaugurar ou dar início a programas e compromissos seus. Seja em programas habitacionais, educacionais ou de saúde. Saímos com a tarefa de montar duas viagens antes de sua ida à Argentina", disse Costa. Lula embarca para a Argentina no próximo dia 22.

Ao abrir a reunião ministerial, o presidente da República chegou a afirmar que seu governo tem como objetivo unificar o Brasil e "reconstruir os programas" que, na sua avaliação, foram desconstruídos pelo governo Jair Bolsonaro (PL). "Vamos priorizar a retomada de programas, como Minha Casa, Minha Vida, entrega de escolas e creches paralisadas. Vamos hierarquizar do maior percentual de execução para o menor”, completou Costa ao final da reunião.

Caso Daniela não foi tratado na reunião de ministros de Lula 

Rui Costa afirmou ainda que, no momento, não há nada que preocupe o governo no apoio eleitoral dado por um miliciano à ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Nesta semana, ela foi alvo de críticas por causa de fotos em que aparece ao lado de Juracy Alves Prudêncio, mais conhecido como Jura, condenado por homicídio e citado no relatório estadual da CPI das Milícias como responsável por liderar uma milícia que atua em cinco bairros de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

"Esse assunto não foi abordado [na reunião ministerial]. Esse assunto não tem nada relevante, substantivo, que justifique qualquer preocupação, neste momento, do governo. E, portanto, isso não está na agenda do governo”, respondeu o ministro da Casa Civil.

Com a repercussão negativa, a assessoria de Daniela informou que ela recebeu apoio em diversos municípios na campanha de 2018 e que isso não significa que compactue com qualquer apoiador que tenha cometido ato ilícito. A ministra é deputada federal pelo União Brasil e esposa do prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro, que apoiou Lula no segundo turno das eleições no estado fluminense.

Mais cedo, Lula chegou a afirmar que não deixará ministros "no meio da estrada", mas quem fizer algo "errado" será convidado a deixar o governo. "Quem fizer errado, sabe que tem só um jeito, a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo e, se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça", afirmou Lula.

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