O ditador russo Vladimir Putin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão conversar por telefone nos próximos dias. A notícia foi dada pelo governo da Rússia nesta quinta-feira (6) após o encontro de Putin com a ex-presidente Dilma Rousseff. O anúncio ocorre em meio a um esforço diplomático de Moscou para tentar tirar a atenção da Cúpula da Paz, evento que deve reunir cerca de 100 chefes de Estado e de governo na Suíça para debater uma solução para a guerra na Ucrânia.
Dilma, que atualmente preside o Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco dos Brics, esteve na Rússia e se encontrou bilateralmente com o ditador russo. O Kremlin aproveitou a ocasião para anunciar uma conversa de Putin com Lula com o alegado objetivo de estreitar relações bilaterais.
"Por favor, transmita meus melhores votos ao atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Concordamos em realizar uma ligação telefônica com ele nos próximos dias para discutir os laços bilaterais e estamos ansiosos para vê-lo em Kazan neste outono, na cúpula do Brics", disse Putin à Dilma. A fala foi enviada à imprensa brasileira por diplomatas russos.
O governo brasileiro assinou em maio um tratado na China no qual apoia a proposta de paz da Rússia para encerrar a invasão da Ucrânia. O plano prevê a anexação territorial de pelo menos um quinto da Ucrânia pela Rússia. O território foi invadido em 2022 por forças russas sem que tivesse ocorrido qualquer ameaça ou ação militar da Ucrânia. O governo de Kyiv entende o plano chinês como uma proposta de rendição e não como uma proposta de paz duradoura.
No momento, Moscou e Kyiv travam a guerra também na esfera diplomática. Enquanto os ucranianos tentam reunir o maior número de representantes de países na Cúpula da Paz na Suíça na semana que vem, a Rússia luta para esvaziar o evento. O presidente Lula já demonstrou seu apoio a Moscou ao anunciar que vai boicotar a cúpula.
O governo brasileiro diz que não participará do evento porque a Rússia não vai. Moscou disse que não comparecerá às conversas de paz e nos bastidores têm tentado influenciar países em desenvolvimento a fazer o mesmo.
Brasil tenta estreitar laços com a Rússia e aproveita guerra para comprar diesel
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem buscado estreitar os laços com a Rússia. Em maio, o mandatário e o Partido dos Trabalhadores parabenizaram Putin pela sua "reeleição". O pleito que elegeu o russo para seu quinto mandato foi contestado pelos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, pois não havia na prática nenhum candidato opositor no pleito.
"Esse feito histórico ressalta a importância do voto voluntário na Rússia", diz uma nota assinada pelo secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira. "Parabenizamos o Partido Rússia Unida pelo resultado expressivo que garantiu a vitória do Presidente Putin com mais de 87% dos votos. Renovamos nosso compromisso em fortalecer nossos laços de parceria e amizade, trabalhando juntos rumo a um mundo mais justo, multilateral e plural", continua o texto.
O governo brasileiro decidiu não aderir às sanções do Ocidente à venda internacional de petróleo russo e seus derivados, cujos lucros têm sido usados para financiar a máquina de guerra de Moscou. Assim, o Brasil já é hoje o terceiro maior comprador mundial de produtos refinados de petróleo da Rússia, especialmente o diesel.
Putin e Lula líderes devem se encontrar pessoalmente no segundo semestre deste ano para a Cúpula dos Brics, que a Rússia sedia na cidade de Kazan. Putin não pode visitar países do Ocidente porque é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Em busca de aproximações com a Rússia para além dos Brics (acrônimo para o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o governo brasileiro já fez visitas oficiais a Moscou nos últimos meses e Lula já recebeu, por duas vezes, o chanceler russo, Sergey Lavrov.
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