Saiba na Gazeta do Povo como acessar a rede social X mesmo se plataforma for suspensa no Brasil por decisão de Moraes.| Foto: Julian Christ/Unsplash
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A possibilidade de suspensão do X no Brasil após a intimação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o empresário Elon Musk tenha um representante legal no país levantou o temor de que a plataforma fique completamente inacessível aos usuários brasileiros.

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No entanto, usuários da rede social já se movimentam em meios alternativos para continuarem usando o X mesmo se a plataforma for suspensa. Um deles é o uso de um serviço conhecido como VPN, utilizado em outros países para driblar censura e vigilância, que conecta o computador ou aparelho celular do usuário a um provedor fora do país em uma espécie de rede à parte.

“Quando o usuário acessa um site, o dispositivo envia um pacote com dados para a rede. Com o X bloqueado no Brasil, ela veria que o endereço do remetente é do Brasil e negaria. O que a VPN faz é trocar estes dados do remetente”, explica o especialista em TI, Victor Hausen, à Gazeta do Povo.

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De acordo com ele, o VPN cria uma “rede privada virtual” entre o usuário e uma empresa localizada fora do país, que oferece o serviço de conexão. Essa ferramenta permite navegar na internet de forma anônima, protegendo a privacidade e permitindo acesso a conteúdos que podem estar indisponíveis no país – como o X, se a suspensão for confirmada.

Hausen explica que o VPN permite acessar conteúdos bloqueados regionalmente, como certas redes sociais, sites de notícias e serviços de streaming. Há diversas opções tanto gratuitas – com uma velocidade mais limitada – como pagas, normalmente mais rápidas e estáveis.

“Um VPN criptografa todo o tráfego entre seu dispositivo e a internet, protegendo seus dados contra a interceptação. É uma das maneiras mais eficazes de se proteger em redes públicas”, completa Yago Morgan, especialista em segurança digital.

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No entanto, as opções gratuitas, embora limitadas, ainda assim são úteis para acessos ocasionais. Alguns dos VPNs mais populares e confiáveis incluem o ExpressVPN e CyberGhost, com período gratuito de uso, e o NordVPN (pago), disponíveis tanto para acesso em computadores e notebooks como smartphones (App Store e Google Play Store).

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Após baixar o programa de VPN, basta seguir as instruções para a instalação e criar uma conta para utilizar o serviço. Após isso, a ferramenta apresentará uma relação de servidores localizados em outro país.

Por exemplo, se um site – como o X – é bloqueado no Brasil, basta selecionar um servidor nos Estados Unidos ou em outro país onde o acesso é permitido. Feita essa escolha, basta clicar em “Conectar”. A partir daí, a conexão será redirecionada através desse servidor, permitindo que o usuário acesse o site bloqueado.

Embora o uso de VPN seja permitido no Brasil, o acesso a determinados sites bloqueados ou conteúdos restritos pode infringir leis locais, como, por exemplo, pornografia infantil ou estelionato. No caso do X, Victor Hausen não vê a possibilidade de uma grande consequência pelo acesso.

Na decisão que censurou Telegram, em 2023, o ministro do STF Alexandre de Moraes ameaçou proibir o acesso ao aplicativo por VPN, caso a plataforma fosse suspensa. A medida, caso fosse adotada, igualaria o Brasil a países que estão sob ditaduras.

Entenda o caso

Na noite desta quarta (28) Moraes intimou Musk através de uma postagem na conta do STF no X determinando a indicação de um novo representante legal da empresa no Brasil. Ele ainda deu um prazo de 24 horas para o cumprimento da decisão, sob a ameaça de suspender a rede social no país.

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O perfil do empresário e do Global Government Affairs da rede social foram marcados no “mandado de intimação”. Em nota, a Corte informou que a advogada da plataforma também foi intimada a apresentar as informações.

Moraes ordenou que Musk faça "a indicação, em 24 horas, do nome e qualificação do novo representante legal da X Brasil, em território nacional, devidamente comprovados junto à Jucesp [Junta Comercial do Estado de São Paulo]".

O ministro afirmou que, em caso de descumprimento do prazo estipulado, o X pode ser suspenso "até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas e as multas diárias quitadas".

A plataforma foi multada por não derrubar perfis de investigados pelo Supremo. Após o descumprimento, Moraes aumentou a multa diária imposta ao X de R$ 50 mil para R$ 200 mil. Musk é investigado no inquérito 4957, que apura supostos crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime.

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