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Pediu demissão

Saída de Mansueto do Tesouro é a primeira grande baixa da equipe econômica

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, durante entrevista coletiva. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Um dos principais defensores do ajuste fiscal, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, deixará o governo nas próximas semanas. Ele já pediu demissão para o ministro da Economia, Paulo Guedes, que aceitou o pedido. Ele deixará o cargo no fim de julho ou início de agosto. A ideia é dar tempo de fazer a transição antes.

A informação foi publicada primeiro pelo colunista Lauro Jardim e pela CNN e depois confirmada pela Gazeta do Povo. A assessoria de imprensa do Ministério da Economia preferiu não comentar oficialmente o assunto.

Mansueto vai conduzir pessoalmente a transição. O seu sucessor ainda será escolhido pelo ministro Paulo Guedes. O objetivo é evitar qualquer descontinuidade nos trabalhos do Tesouro Nacional, secretaria responsável pelo "cofre" do governo.

Depois, Mansueto ainda deverá cumprir um período de quarentena antes de assumir novos compromissos. A quarentena é obrigatória para todos os ocupantes de cargos estratégicos do governo. O objetivo é evitar conflito de interesses. O seu destino deve ser a iniciativa privada.

Primeira grande baixa

A saída de Mansueto Almeida é a primeira grande baixa na equipe econômica. O secretário do Tesouro é considerado o maior fiador do ajuste fiscal e é um nome de credibilidade junto ao mercado financeiro.

Ele está no cargo desde abril de 2018, quando foi convidado pelo governo de Michel Temer a assumir o lugar de Ana Paula Vescovi. Em 2019, o ministro Paulo Guedes convidou Mansueto a permanecer no cargo.

Antes de assumir o comando do Tesouro, Mansueto era Secretário de Acompanhamento Econômico do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Mansueto também foi assessor econômico do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e é funcionário de carreira do IPEA.

Mansueto foi o primeiro secretário relevante da equipe econômica de Guedes a pedir demissão. Joaquim Levy e Marcos Cinta foram, respectivamente, demitidos do BNDES e da Receita Federal. Marcos Troyjo saiu da secretaria especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais por decisão do próprio governo, para assumir a presidência do Banco dos Brics.

Saída já era esperada

A saída de Mansueto, contudo, não chega a ser uma grande surpresa. Quando foi convidado a continuar no cargo de secretário do Tesouro no governo Bolsonaro, Mansueto demonstrou certa resistência. Porém, foi convencido por Guedes que valia a pena continuar o trabalho de ajuste fiscal iniciado no governo Temer.

No segundo semestre de 2019, o secretário teve desentendimentos com o seu chefe direto, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, o que alimentou rumores sobre uma possível saída de Mansueto naquela época. A secretaria do Tesouro é vinculada à secretaria de Fazenda. Publicamente, Waldery e Mansueto negaram desavenças.

Guedes agiu novamente e conseguiu manter Mansueto no cargo. O ministro afirmou, inclusive, que gostaria de ver Mansueto como presidente do futuro Conselho Fiscal da República, órgão que pode ser criado para zelar pelo rigor fiscal de União, estados e municípios. A criação está prevista na PEC do Pacto Federativo, em tramitação no Senado.

Mas, desta vez, o ministro Paulo Guedes não conseguiu segurar Mansueto no cargo. O sucessor ainda não foi escolhido por Guedes. O objetivo é chegar a um nome ainda neste mês para dar tempo de fazer a transição.

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