Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Após morte de PM

Pacheco diz que “não houve inércia” do Senado sobre projeto que acaba com saidinha de presos

Rodrigo Pacheco
Rodrigo Pacheco criticou alegações de que Senado está inerte para pautar votação de projeto que acaba com saidinha de presos. (Foto: reprodução/TV Senado)

Ouça este conteúdo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou nesta terça (9) a necessidade de discutir alterações no sistema prisional brasileiro, incluindo o fim das saídas temporárias e a revisão do Código Penal. A declaração surge em resposta à morte do sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar de Minas Gerais, vitimado por disparos de um detento beneficiado com saída temporária.

“Esses institutos penais que existem, como o livramento condicional, comutação, indulto, saídas temporárias, possam ser aferidos e possam ter critérios para serem utilizados para evitar que acontecimentos como este de Minas Gerais se repitam”, afirmou Pacheco. Ele defendeu que sejam estabelecidos critérios mais rigorosos para o uso desses institutos.

Pacheco esclareceu que o projeto que encerra as saídas temporárias foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2022, porém, o Senado não ficou inerte. O projeto passou 11 anos em tramitação na Câmara e agora está na Comissão de Segurança Pública do Senado, sob a relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O presidente da comissão, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), busca um acordo para amenizar os impactos da proposta.

“Alguns desavisados e alguns demagogos atribuíram ao Senado inércia em relação a esse projeto quanto às saídas temporárias, que foi aprovado na Câmara. Não houve inércia do Senado”, completou Pacheco.

A iniciativa de extinguir as saidinhas tem gerado debates e preocupações entre as Defensorias Públicas. A Anadep (Associação Nacional das Defensoras e dos Defensores Públicos) considera que o fim dessas saídas seria um “grande retrocesso”. Segundo a entidade, a legislação atual já impõe diversas condições para a realização das saídas temporárias, e a incidência pode ser revogada a qualquer momento diante de irregularidades.

A Anadep também destacou que o modelo atual tem sido bem-sucedido na ressocialização de detentos, e argumenta que alegações de que o fim deste direito poderia diminuir a criminalidade carecem de respaldo nos dados. A associação critica a proposta de exigir exame criminológico para a progressão de pena, questionando a aplicação uniforme e a eficácia desse método.

“Não há comprovação de efetivo técnico para sua realização, ou seja, não há pessoal habilitado para realização do referido exame. Não há critérios objetivos nem espaço para o contraditório”, afirmou a entidade.

Flávio Bolsonaro, relator do projeto, defendeu a votação da proposta e acusou a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de usar artifícios regimentais para evitar a votação. Ele ressaltou a urgência do projeto, citando a fuga de 250 presos na última saidinha de Natal apenas no Rio de Janeiro.

O senador argumenta que a saída temporária “incentiva fugas das cadeias e não ajuda a reintegração dos presos”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.