O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) se tornou réu nesta segunda-feira (28) em uma ação que apura suposto esquema de exportação ilegal de madeira. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-ministro do Meio Ambiente, servidores e agentes do setor madeireiro. A 4ª Vara Federal/Criminal do Pará acatou a denúncia.
“Proceda-se a alteração da classe processual para Ação Penal de Procedimento Ordinário, com o MPF como autor e os denunciados como réus”, determinou o juiz federal substituto Gilson Jader Gonçalves Vieira Filho. O MPF apontou que Salles e outras 21 pessoas foram denunciados “por integrarem organização criminosa na qual agentes públicos, aproveitando-se do cargo público e em conluio com representantes do setor madeireiro praticaram diversos crimes direcionados ao interesses dos representantes do setor madeireiro”.
No documento, o MPF cita apreensões de madeira de origem brasileira nos Estados Unidos, que não tinham a documentação necessária para exportação legal. Os crimes imputados ao ex-ministro são: dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público; organização criminosa; prática de descaminho ou contrabando; e patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
“Procuradores apresentaram denúncia das madeiras contra mim e os coronéis da PM que trabalhavam comigo (alguma surpresa!?!), contrariando, inclusive, conclusões do próprio delegado do caso. Veremos. Tenho certeza que a seriedade e imparcialidade do Judiciário demonstrarão a falácia ali contida. Avante”, disse Salles nas redes sociais.
O ex-ministro afirmou ainda, em entrevista ao portal Poder360, que a denúncia do MPF é “ridícula” e tem “motivação política”. “Querem atacar minha honra, força e posição. Seja por ser relator da CPI do MST, seja por querer ser candidato a prefeito de São Paulo. Mas que falta denúncia e substância, é fato. Chega a ser abusivo”, afirmou o ex-ministro.
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