A oposição ao desejo de parte do governo de financiar blogs e sites simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro teria sido a causa da demissão do ministro Santos Cruz da Secretaria de Governo, segundo reportagem do jornal O Globo. O desligamento do general foi oficializado na quinta-feira (14), aparentemente em comum acordo.
Santos Cruz teria perdido uma queda de braço travada com o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, homem de confiança de Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador no Rio de Janeiro.
Em nota, a Secom negou que exista um plano para intensificar o financiamento de blogs e sites pró-governo. Segundo a nota, o secretário Fábio Wajngarten "assumiu que jamais aceitaria esse tipo de mídia ideológica" e chamou de "fake news" a narrativa do jornal.
Fontes ouvidas pelo Globo disseram que o general era contrário ao projeto de Wajngarten de intensificar o financiamento da mídia alternativa que defende o governo. “Fábio quer promover esses blogueiros e sites, distribuir recursos, e Santos Cruz era contra. O embate ficou forte e somou-se a outras discordâncias. A convivência estava muito difícil”, disse uma das fontes.
“O racha final foi pelo controle da comunicação e principalmente pela intenção de uma ala do bolsonarismo liderada por Carlos de financiar meios ideologicamente identificados com o governo”, concluiu a fonte ouvida pelo Globo.
Foi o estopim de uma relação que se desgastou ao longo de seis meses de governo. A pasta do general é responsável pela comunicação oficial do Planalto e, portanto, sujeita a pressões variadas. Santos Cruz foi alvejado por seguidores de Olavo de Carvalho depois que o guru do bolsonarismo disparou suas críticas aos militares do governo. Entre eles, Carlos Bolsonaro.
O agora ex-ministro chegou a conversar pessoalmente com o presidente sobre a perseguição que vinha sofrendo nas redes sociais. Santos Cruz vinha naquilo tudo um movimento orquestrado para fritá-lo. Chegou a colocar seu cargo de ministro à disposição de Jair Bolsonaro, mas o chefe do Executivo não aceitou e colocou panos quentes na situação.
Fato é que depois desse episódio, pelo menos publicamente, as coisas se acalmaram. O general cumpria normalmente sua agenda até que Brasília foi surpreendida pelo anúncio da demissão. Saiu sem mágoas. Na carta divulgada horas após a demissão, Santos Cruz fez agradecimentos a funcionários do ministério e ao próprio Bolsonaro. No final, desejou ao presidente e familiares "saúde, felicidade e sucesso".
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