O general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi demitido da Secretaria de Governo da Presidência da República na tarde desta quinta-feira (13). Comandante militar do Sudeste, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira será o novo ministro.
A demissão teria ocorrido em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, além dos ministros da defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Segundo o general Heleno, "foi um conjunto de coisas" que levaram à demissão e não houve confronto entre Santos Cruz e Bolsonaro, que continuam amigos, de acordo com o militar. O ex-ministro, inclusive, escreveu uma carta de agradecimento (leia aqui).
A exoneração aconteceu pouco após o ministro-chefe da Secretaria de Governo participar de uma audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado. Ele esteve na casa legislativa para explicar a divulgação de um vídeo que defendia o golpe militar de 1964 através de rede social oficial do Palácio do Planalto, no aniversário do golpe, dia 31 de março.
Apesar de ter assumido a responsabilidade pela divulgação em meados abril, durante a sessão desta quinta-feira (13), ele afirmou que um funcionário enviou o vídeo por engano, pensando se tratar de um conteúdo da reforma da Previdência. Ainda não se sabe se há relação entre os comentários na sessão e a decisão de demissão.
Santos Cruz demitido por Bolsonaro
Com Santos Cruz demitido, este é o terceiro ministro a ser exonerado do governo Bolsonaro. O agora ex-ministro ocupou a Secretaria do Governo após a demissão de Gustavo Bebiano. O outro ministro a deixar o cargo por ordem do presidente foi Ricardo Velez, do Ministério da Educação, para a entrada do economista Abraham Weintraub.
Recentemente, Santos Cruz passou por polêmicas no Planalto. Ele se desentendeu com o filho do presidente Carlos Bolsonaro e com o “mentor ideológico” de uma ala do governo, o filósofo Olavo de Carvalho.
A discussão aconteceu por uma declaração de Santos Cruz à rádio Jovem Pan, em que ele pediu “cuidado” no uso das redes sociais e demandou um avanço na legislação sobre o tema:
“Pode até ser um instrumento de governo para divulgação de algumas ideias, de alguns projetos, mas tem que ser utilizada com muito cuidado, para evitar distorções, e que vire arma nas mãos dos grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou de outra. Tem de ser disciplinado, até a legislação tem de ser aprimorada, e as pessoas de bom senso têm de atuar mais para chamar as pessoas à consciência de que a gente precisa dialogar mais, e não brigar.”
A fala foi contestada por bolsonaristas principalmente pelo fato de que as redes sociais foram um dos principais mecanismos de fortalecimento do grupo do presidente da República durante o período eleitoral. Na Presidência, houve continuidade de “lives” em plataformas como Facebook e Twitter.
Em outro confronto interno, Santos Cruz desautorizou uma ordem da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para que todo o material de propaganda da administração pública, incluindo o das estatais, passasse por análise prévia da pasta. O caso expôs o confronto do agora ex-ministro com o novo chefe da Secom, Fábio Wajngarten.
Carta de Santos Cruz
Após a demissão, o general Santos Cruz enviou carta à imprensa agradecendo a oportunidade de ter sido ministro do governo Bolsonaro:
Na oportunidade em que deixo a função de ministro da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, por decisão do Excelentíssimo Presidente Jair Messias Bolsonaro, expresso minha admiração e agradecimento:
– A todos os servidores da Segov, pela dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam, desejando que continuem com a mesma exemplar eficiência;
– Aos Excelentíssimos Deputados e Senadores, digníssimos representantes do povo brasileiro, pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros, com especial destaque para o Excelentíssimo Senador Davi Alcolumbre (presidente do Senado Federal) e Excelentíssimo Deputado Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados);
– Aos Governadores e Prefeitos que deram a honra de trazer à Segov suas contribuições;
– À imprensa, de modo geral, pelo profissionalismo que sempre me trataram em todas as oportunidades;
– Às autoridades do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, pela cortesia no relacionamento e nas oportunidades em que tive a honra de travar contato, desejo que sejam sempre iluminados em suas decisões.
– Às diversas instituições e organizações civis, empresas, servidores públicos, embaixadores e todos os cidadãos que travaram contato com o governo por meio da Segov;
– Ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso.
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