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CPMI do 8/1

Sargento flagrado nos atos de 8/1 nega que tenha participado de vandalismo na Esplanada

Luis Marcos dos Reis
Luis Marcos dos Reis integrava equipe de Mauro Cid e afirma que se arrepende de ter ido aos atos de 8 de janeiro. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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O sargento Luis Marcos dos Reis, que integrava a equipe de ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) junto do tenente-coronel Mauro Cid, disse nesta quinta (24) que participou dos atos de 8 de janeiro após ver os protestos pela TV em casa e que se arrepende de ter se juntado aos manifestantes.

A declaração foi dada durante o depoimento à CPMI instalada no Congresso Nacional em que ele foi questionado, ainda, sobre movimentações financeiras com Cid.

Reis disse que foi um “erro” ter ido aos protestos e negou que tenha efetivamente participado dos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes. Ele afirmou que chegou à Esplanada já perto do final da tarde, por volta das 17h, quando os edifícios já estavam ocupados por invasores.

“Eu estava de bermuda, saí da minha casa, subi a rampa, tirei foto. Foi um ato impensável, as fotos estão no meu celular com a Polícia Federal. Me arrependi”, disse sem explicar a qual rampa se referiu, se do Congresso ou do Palácio do Planalto, e que não havia qualquer impeditivo para subir.

Luis Marcos dos Reis foi convocado a depor na CPMI após imagens registradas mostrarem o militar em meio aos manifestantes no dia do protesto. Ele afirmou que não teve qualquer participação na depredação dos prédios públicos.

“Tenho convicção de que ficará evidenciado que jamais contribuí para o vandalismo que sucedeu na Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro, que não depredei nenhum patrimônio, não cometi qualquer ato de vandalismo ou de desrespeito à ordem emanada por integrantes dos órgãos de segurança pública, e não financiei ou tomei porte de qualquer ato preparatório ou executório”, afirmou.

O sargento que integrava a equipe de Mauro Cid ressaltou, ainda, que não teve participação no suposto esquema de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente que levou o ex-ajudante de ordens à prisão em maio. Ele não respondeu às demais perguntas sobre este tema, amparado pelo direito constitucional de não gerar provas contra si.

Ele disse, ainda, que as movimentações financeiras em sua conta bancária “são absolutamente legais”. Reis diz que tinha uma remuneração na casa de R$ 13 mil e que, quando passou para a reserva, teve o pagamento de oito soldos brutos e férias acumuladas que somariam mais de R$ 170 mil.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou uma movimentação de R$ 1,5 milhão em sua conta bancária. Ele negou e disse que o valor apontado foi pela entrada e saída de uma quantia de R$ 550 mil e que o valor acima do que recebeu seria por conta de um "consórcio" entre amigos e empréstimos que militares fazem, em que se juntam para fazer aplicações financeiras.

"No meio militar isso existe há 20, 30 anos. Se for ilegal, eu não sei", afirmou.

O militar, no entanto, evitou comentar questionamentos sobre a empresa Cedro Líbano Comércio de Madeira e Materiais de Construção, com quem teria efetuado transações financeiras entre 2019 e 2022 segundo análise da Polícia Federal.

Reis está preso desde maio deste ano acusado de participar de um suposto esquema de falsificação dos cartões de vacina do ex-presidente e pessoas próximas.

Em outro momento, Reis chegou a dizer que não fazia pagamentos para Bolsonaro e Michelle, mas depois afirmou que pagou uma mensalidade da escola da filha de Bolsonaro, Laura, sem especificar em quais circunstâncias ou motivos. No entanto, não esclareceu se a transação foi feita em dinheiro vivo, cartão corporativo ou outra modalidade.

Além do depoimento de Reis, a CPMI aprovou 57 requerimentos como a reconvocação de Mauro Cid a prestar mais um depoimento, convocação de militares e quebras de sigilo de Carla Zambelli e Walter Delgatti Neto, entre outros.

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