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O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, confirmou nesta quinta (18) que aceitou o convite do futuro ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança. Após aceitar o convite, ele anunciou uma das medidas que deve implantar frente ao cargo.
Sarrubbo pretende criar uma espécie de “Gaeco nacional” para integrar as secretarias estaduais de segurança e órgãos de Justiça no combate à criminalidade. Gaeco é a sigla para “Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado”, que tem como atribuição reprimir e participar em representações, inquéritos policiais, investigações criminais, peças de informação e ações penais.
“O que o ministro nos pede é que a gente possa criar um grande Gaeco nacional, dos estados e também do Ministério Público Federal para que a gente possa ter uma ação conjunta e firme da segurança pública, continuidade de um trabalho que vem sendo feito [...] e avançar nesse trabalho”, disse em entrevista à GloboNews.
A criação de um "Gaeco nacional", no entanto, pode esbarrar na Constituição, que determina aos estados a atribuição de coordenar as políticas de segurança pública com o uso das polícias Civil e Militar.
O futuro secretário afirmou, no entanto, que a criação do órgão já teve uma espécie de “prévia” com uma ação que ele comandou envolvendo a unidade de São Paulo com outros grupos contra o crime organizado, e que levou a “muitas prisões”. Para Sarrubbo, o objetivo agora é “institucionalizar” este tipo de operação conjunta.
Com 34 anos de experiência no Ministério Público, Sarrubbo é considerado “linha-dura” na segurança e é próximo do ministro Alexandre de Moraes, visto como alguém com experiência na área e uma visão pragmática da segurança. Sua atuação em São Paulo, tanto na procuradoria quanto como coordenador do Gaeco, é considerada uma credencial positiva para a nova função.
A escolha de Sarrubbo foi bem recebida por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que destacam sua experiência e abordagem prática na área de segurança.
Embora o mandato do procurador-geral termine em abril, a saída de Sarrubbo do cargo em São Paulo deve antecipar as eleições internas para uma lista tríplice de candidatos. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) terá a responsabilidade de escolher um dos nomes indicados.