O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou nesta quinta-feira (21) o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a prisão dos militares na operação da Polícia Federal, que investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
"Não há racionalidade na vingança. É como aquele casal separando em que ambos os pais utilizam o filho, da pior maneira, a fim de satisfazer seus sentimentos pessoais contra o cônjuge. Alexandre de Moraes não atinge Bolsonaro, mas sim a democracia", escreveu o filho do ex-presidente.
Sobre a prisão do militares, o deputado destacou que foram presos preventivamente "por narrativa de 2022". "Sem ato, não há fato. Se a execução não começou, não há que sequer falar em tentativa", declarou.
O parlamentar ainda completou que, "se fosse num país decente já se teria a certeza que ao final não daria em nada - um estagiário de direito sabe disso, mas estamos no Brasil".
Em um vídeo sobre o indiciamento do pai, Eduardo Bolsonaro ainda afirmou que a PF tem conseguido "ser mais criativa do que a própria imprensa" e citou o fato do relatório da corporação apontar que o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins teria simulado ida aos EUA para se esconder da polícia. "A imprensa tem acesso aquilo que ainda será publicado pelos órgãos policiais. Viva as instituições! Não parar, não precipitar, não retroceder", declarou
A PF prendeu cinco pessoas entre elas militares com formação em Forças Especiais, os chamados "kids pretos" – por supostamente planejarem um golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022. De acordo com as investigações que levaram à Operação Contragolpe, o grupo pretendia assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). (Leia aqui a decisão do STF que levou à prisão dos militares).
Fontes confirmaram à Gazeta do Povo que foram presos quatro militares do Exército ligados aos "kids pretos", como o general da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. O policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido na operação. À reportagem, o Exército informou que "não se manifesta sobre processos em curso", e a PF preferiu não se pronunciar sobre a prisão do agente.
Nesta quinta-feira (21), Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no país. A PF enviou o relatório, que está sob sigilo, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento ainda não é uma versão final.
Após o recebimento do relatório, Moraes deve submetê-lo à Procuradoria-geral da República (PGR) que terá duas semanas para decidir se concorda com os pedidos de indiciamento, pede arquivamento ou indica novas diligências.
Os citados serão indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
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