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Sem Danilo Gentilli, MBL agora espera por Moro ou Amoêdo para 2022

Militantes do MBL fazem chamada para ato contra Bolsonaro
Militantes do MBL fazem chamada para ato contra Bolsonaro (Foto: Divulgação)

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Em meados de maio, o Movimento Brasil Livre (MBL) passou a trabalhar com um trio de nomes que considerava ideal para representar a chamada terceira via nas eleições presidenciais de 2022: o ex-ministro Sérgio Moro, o ex-presidenciável João Amoêdo e o humorista Danilo Gentilli. Com Moro ainda tratando seu futuro como uma incógnita, Amoêdo tendo sua candidatura retirada pelo Novo e Gentilli indicando pouco interesse em concorrer, o grupo se encontra em uma espécie de indefinição sobre qual nome apoiará na eleição do próximo ano. E já fala em permanecer na oposição - como está atualmente, em relação ao governo de Jair Bolsonaro, e esteve à época das gestões petistas.

"Se as forças políticas forem incapazes de criar uma alternativa, se os partidos políticos são incapazes, se vão apresentar só 'tranqueira', e isso pode fazer o Lula ganhar a eleição, a gente vai trabalhar para ser oposição. Não tem o que fazer", afirmou o coordenador do grupo, Renan Santos.

Mas as expectativas sobre Moro e Amoedo não foram definitivamente retiradas. Em relação ao ex-juiz, o grupo celebrou reuniões que Moro teve recentemente com a cúpula do Podemos, conforme informou a Gazeta do Povo. Nos encontros, segundo interlocutores, Moro discutiu com dirigentes do partido uma possível candidatura presidencial ou ao Senado na eleição de 2022.

Santos ressalva que o MBL não se vê em condições de ser uma figura determinante para a consolidação ou não da candidatura Moro. "O Moro é uma figura grande por si só", disse. Ele aponta esperar do ex-juiz o incremento das negociações com figuras da política. "A interlocução do Moro com a política tem que acontecer e ele tem que passar sinais claros de governabilidade em relação com os demais agentes políticos", acrescentou.

Já quanto a Amoêdo, o que Santos espera é um quadro ainda mais improvável: que o ex-presidenciável deixe o partido que fundou e concorra à sucessão de Bolsonaro por outra sigla. "Ele tem que ser candidato. E não necessariamente pelo Novo. Acho que o Amoedo vai ser candidato por outro partido", apontou.

Amoêdo anunciou, em junho, que estava retirando sua pré-candidatura. Na ocasião, o Novo disse que ele havia "declinado do convite" feito pela legenda. O Novo, porém, vivia - e ainda vive - um racha entre alas que fazem oposição à gestão Bolsonaro e outras que são mais próximas do governo. Amoêdo é crítico do presidente da República e defende publicamente o impeachment. Já a bancada do partido na Câmara é reticente a medidas de afastamento e não endossou a Executiva Nacional do Novo, que posicionou o partido formalmente na oposição a Bolsonaro.

MBL deve adotar o 17 contra Bolsonaro

O MBL irá para a sua quarta eleição seguindo o modelo que adotou nas anteriores: sem estar formalizado em um partido. O Patriota, que foi a legenda de Arthur do Val, o Mamãe Falei, na disputa para a prefeitura de São Paulo no ano passado, se aproximou do bolsonarismo, o que afastou o grupo.

O PSL, antigo partido do presidente Bolsonaro, vem se credenciando para ser "a casa" do MBL em 2022. O partido filiou recentemente o vereador paulistano Rubinho Nunes, expoente do MBL, que chegou à sigla com a meta de afastar do partido o grupo próximo a Bolsonaro. No PSL ainda estão a maior parte dos deputados federais eleitos com Bolsonaro em 2018, que aguardam a janela partidária para migrarem para outra legenda.

Na segunda-feira (27), o MBL fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais para confirmar a pré-candidatura de Arthur do Val para o governo de São Paulo em 2022. Na transmissão, Santos não mencionou o nome do PSL, mas internautas comentaram que a sigla seria o novo destino do deputado estadual. Pelo Patriota, do Val somou 10% dos votos válidos na disputa pela prefeitura da capital paulista.

O MBL organiza para 12 de setembro uma manifestação contra Bolsonaro. A ideia do grupo é mobilizar pessoas em diferentes cidades do país para pedir o impeachment do presidente da República. O grupo, que apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018 mas passou à oposição ainda no primeiro ano de governo, hesitou quanto a participar dos atos contra Bolsonaro convocados pela esquerda, que têm ocorrido em diferentes cidades nas últimas semanas.

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