O senador Sergio Moro (União-PR) comemorou, nesta terça (4), a aprovação do requerimento de sua autoria para a realização de uma audiência pública com a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado, pré-candidata à presidência do país vizinho que foi declarada inelegível pela Controladoria-Geral da Venezuela. O senador disse que o Parlamento brasileiro precisa “dar voz” aos opositores de Nicolás Maduro.
“Esse requerimento eu já havia apresentado há algum tempo na Comissão de Segurança [Pública], foi agora votado, mas ele já antecedia há uma semana essa inabilitação [...] É a nossa responsabilidade, como brasileiros, para com um país irmão da América Latina. [...] Em especial, em relação à América Latina, são países com os quais nós dividimos de certa maneira uma cultura e uma história muito semelhante, é um país com o qual nós fazemos uma fronteira”, disse.
O pedido de audiência com María Corina já havia sido anunciado pelo senador no último final de semana, afirmando que o governo pretendia “barrar” a audiência. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o conceito de democracia é "relativo", em apoio ao regime político de Maduro.
O senador destacou que o Brasil tem sido um dos principais destinos dos venezuelanos em busca de melhores condições de vida e, por isso, o Parlamento não pode "fechar os olhos às ditaduras latino-americanas". Para Moro, é preciso estimular a luta pela liberdade e proteger os oposicionistas.
“Daí a importância de nós ouvirmos Maria Corina Machado nesta Casa. O Senado tem um comprometimento com as liberdades fundamentais, e ouvindo-a, nós não só poderemos nos informar melhor sobre a situação real de desrespeito à liberdade e aos direitos na Venezuela, mas também contribuiremos, de certa maneira, para agregar visibilidade a essa líder oposicionista, que precisa, sim, de proteção da comunidade internacional para realizar o seu trabalho e, quiçá, poder continuar concorrendo, ainda que de maneira desigual, nas eleições”, completou o senador.
Na última sexta-feira (30), o deputado venezuelano José Brito divulgou um documento da Controladoria-Geral da Venezuela, que confirmou que María Corina Machado está impedida de concorrer a cargos eletivos por 15 anos.
O órgão da ditadura chavista alegou que a inelegibilidade de Machado ocorreu após investigação patrimonial que apontou atos contra a “ética pública, a moralidade administrativa, o Estado de Direito, a paz e a soberania” da Venezuela.
No Twitter, a ex-deputada negou as acusações e disse que pretende seguir concorrendo nas primárias da oposição venezuelana, que serão realizadas em outubro. "Muito mais que inútil, essa suposta inelegibilidade política é um grande erro. Isso se tornará um verdadeiro bumerangue contra o regime", disse María Corina em uma entrevista coletiva nesta terça (4).
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