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Plenário do Senado Federal durante sessão de debates temáticos para demonstrar a real situação enfrentada pelo Estado de Israel no momento atual da guerra contra o Hamas.
Plenário do Senado Federal durante sessão de debates temáticos para demonstrar a real situação enfrentada pelo Estado de Israel no momento atual da guerra contra o Hamas.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O Senado Federal promoveu nesta segunda-feira (11) uma sessão temática para debater o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que iniciou no dia 7 de outubro. O evento foi presidido pelo senador Jorge Seif (PL-SC), um dos autores do requerimento do debate.

Na mesa do debate, estiveram presentes o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar; o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) Claudio Lottenberg; a irmã de Michel Nisenbaum, brasileiro de cidadania israelense mantido refém pelo Hamas em Gaza, Mary Shohat; e filha de Michel Nisenbaum, Hen Maluf Nisenbaum.

"Esta sessão de debates temáticos tem um objetivo único e exclusivo da questão humanitária que hoje Israel e Palestina sofrem. Não existem posicionamentos políticos, não existem posicionamentos ideológicos, mas, sim, pela vida de milhares de pessoas, milhões de pessoas que estão sofrendo ou perdendo suas vidas nesse confronto sangrento e covarde que o Hamas impetrou contra o Estado de Israel", explicou Jorge Seif.

Ao discursar no evento, o embaixador Zohar relatou fatos sobre a guerra e apontou que o objetivo do grupo Hamas é a "destruição do Estado de Israel e extermínio dos israelenses". Ele relembrou os combates entre Israel e Hamas nos anos de 2008, 2012, 2014, e disse que na guerra atual até o momento, mais de "1.200 foram mortos e cerca de 240 israelenses foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza".

"Foram cometidas diversas atrocidades, tal como estupros de massa, decapitação de crianças e adultos, assassinados de famílias inteiras a tiros, queimadas vivas em suas casas. Crianças, mulheres, homens, adultos ou idosos todos foram alvos dessas atrocidades que figuram como crimes de guerra em larga escala, entre ações legais, desrespeito ao direito humano internacional e diversos crimes", destacou o embaixador.

Segundo Zohar, "a fonte de força do Hamas está diretamente vinculada aos interesses do Irã" e eles continuarão "tentando destruir Israel" de todas as formas. "Esse país dá treinamento, equipamentos, financiamento e suporte para grupos terroristas no Oriente Médio, tais como Hezbollah e Houthis do Iêmen. O Catar também financia o grupo terrorista Hamas", disse.

Para o presidente do Conib, o ataque do dia 7 de outubro foi "o pior e mais bárbaro ataque contra o povo judeu desde o Holocausto". Lottenberg apontou a sua preocupação com o aumento do "discurso de ódio" contra o povo israelense e criticou "as distorções da realidade". "Reféns são esquecidos, e o quadro fratricida simplesmente subtraído. Falas ou citações equivocadas, distorções da realidade, observações unilaterais. E o relato e o retrato estão aí: o número de denúncias de atos e manifestações antissemitas aumentou em 1.000%, comparando-se os períodos entre 2022 e 2023", declarou.

Brasileiro refém do Hamas

Durante o debate, familiares do brasileiro Michel Nisenbaum, que está desaparecido desde 7 de outubro, e foi confirmado como um dos reféns do grupo Hamas, em Gaza, falaram sobre a história dele e cobraram uma ação mais ativa do governo brasileiro para que ele seja resgatado logo com vida. O comerciante de 59 anos vive em Israel desde os 13 anos de idade.

De acordo com a irmã de Michel, a filha do brasileiro tentou ligar várias vezes para ele e em uma das ligações, os terroristas gritaram com ela em árabe. "O nosso coração está pingando sangue. Eu não tenho palavras para poder explicar o que está se passando com toda a nossa família. A nossa mãe, em todo tempo, chora, e ninguém tem palavras para poder consolá-la", disse.

A irmã também mencionou que "ele é uma pessoa doente, tem diabetes e tem enfermidade de Crohn". "Não sabemos se ele está bem de saúde. Temos certeza de que ele não está tomando os remédios de que necessita, e, ainda com mais o estresse que ele deve estar passando, imagino que os ataques que ele tem de dores de estômago são insuportáveis", explicou Mary Shohat.

Mary relatou uma ligação do Exército israelense confirmando que ele havia sido sequestrado pelo Hamas e cobrou o resgate do seu irmão. "Usem todas as suas relações internacionais para trazer de volta o meu irmão e os outros parentes que estão raptados das outras famílias", declarou.

Senadores lamentam mortes

Os senadores que participaram do debate lamentaram milhares de mortes e cobraram uma "solução pacífica e duradoura" para o conflito entre Israel e Hamas.

"Nós temos que ter aquela clareza moral de fazer uma linha distintiva, de apontar que aqueles atentados terroristas dos 7 de outubro não vão prevalecer, que aqueles crimes vão ser punidos e os inocentes vão ser preservados. Mas que, acima de tudo, nós não vamos deixar o Hamas vencer e envenenar nossos corações e mentes com o antissemitismo", disse o senador Sérgio Moro (União-PR).

Na ocasião, o senador Jaques Wagner (PT-BA) mencionou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estava disposto a receber os familiares do refém brasileiro. "Cheguei atrasado, da sala do Senhor Presidente da República, que está se dispondo a receber a irmã e a filha do sequestrado, do refém em Israel para tanto dar uma palavra de conforto, se é que é possível, como também para garantir que a diplomacia brasileira e o próprio Presidente estão empenhados em achar um caminho da liberação de todos os reféns", declarou.

Wagner evitou se solidarizar com Israel e disse que "qualquer ato terrorista, qualquer grupo terrorista tem na sua essência a covardia, porque ceifam vidas de pessoas inocentes, que não têm nenhuma responsabilidade sobre essa ou aquela política, sobre esse ou aquele conflito".

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