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O senador oposicionista Ciro Nogueira (PP-PI) ironizou a troca do comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência anunciada na terça (7) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que demitiu o então ministro Paulo Pimenta para contratar o marqueteiro Sidônio Palmeira.
Palmeira foi o responsável pela campanha lulista de 2022 e já vinha atuando nos bastidores dos mais recentes pronunciamentos de Lula, numa tentativa de melhorar a comunicação do governo com a sociedade. Esta foi uma das principais reclamações do presidente, que tem visto medidas do governo não serem bem entendidas.
“O problema do governo é de governo: se o governo melhorar, aí vai ter o que mostrar de bom. Se não melhorar, pode colocar o melhor marqueteiro do mundo, que o Brasil real não come marketing, não vive no marketing, não mora no marketing”, disse o senador em entrevista à Folha de S. Paulo.
Para Ciro Nogueira, se a entrada de Palmeira surtir algum efeito real na economia, ele poderia se candidatar a presidente – também em tom de ironia.
“Se o marketing for capaz de reduzir o preço do dólar, da inflação, diminuir a escalada dos juros, o preço da gasolina, da picanha, do rombo fiscal sem controle, aí eu voto no marqueteiro para presidente da República”, pontuou.
A mudança já era esperada desde que Lula reclamou publicamente sobre o alcance da comunicação do governo. No dia do anúncio, Palmeira afirmou que está começando o “segundo tempo do governo”. Ele destacou que a comunicação não pode ser “analógica”, pois as ações do governo devem chegar “na ponta”.
“Estamos começando um segundo tempo. Tem a gestão, a expectativa e a perspectiva popular, e precisamos juntar essas três coisas. Esse governo fez muito e essas coisas precisam chegar na ponta, esse é o desafio... Tem alguns problemas na comunicação, mas não é somente aqui na Secom. A comunicação deve ser do governo todo como um todo”, emendou.
Sidônio Palmeira já começou a opinar sobre temas da agenda política, como a necessidade de se regular as redes sociais após o anúncio de que as redes sociais da Meta não terão mais a checagem de publicações.
“Eu acho que isso é ruim para democracia. Isso é ruim para democracia. Porque você não faz um controle da proliferação do ódio, da desinformação, da fake news. Esse que é o problema. A gente precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes sociais”, disse na cerimônia de memória dos dois anos do 8 de janeiro de 2023 nesta quarta (8).
De acordo com Zuckerberg, o recurso de checagem de fatos será substituído por um modelo semelhante às “notas da comunidade” adotadas pela plataforma X, de Elon Musk, em que os próprios usuários colaboram com o questionamento a determinadas informações.