Um grupo de 12 senadores protocolou na noite desta quarta-feira (6) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para visitar os presos do 8 de janeiro nas penitenciárias da Papuda e Colmeia (feminina), em Brasília. Eles aproveitaram para expressar ao relator do inquérito que apura os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes preocupação com as condições de saúde de detentos por quase 11 meses. Ao todo, ainda 102 acusados e investigados seguem em reclusão.
Os parlamentares pedem “análise urgente” do requerimento para realizar as visitas “o quanto antes possível”, destacando a situação do coronel Jorge Eduardo Naime, da Polícia Militar do Distrito Federal; do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; e de Jorginho Cardoso de Azevedo, que apresenta problemas graves de saúde física e mental.
Eles também apontam informações de relatório da Defensoria Pública do Distrito Federal acerca de recomendações de soltura feitas há meses por parte da Procuradoria Geral da República (PGR) para presos com miocardite, suspeita de câncer, epilepsia, deficiência mental, problemas psiquiátricos, entre outros quadros preocupantes.
O empresário Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, morreu em 20 de novembro na Papuda, após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Com um quadro clínico delicado, ele estava preso desde 9 de janeiro em decorrência dos protestos que culminaram com a invasão e a depredação dos prédios públicos. Apesar de ter sido socorrido dezenas de vezes na prisão devido às graves comorbidades, dos apelos da família e da defesa e de ter recebido no fim de agosto parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF) para ser solto, Clezão, como era conhecido, continuou preso. Faltou apenas a análise do ministro Alexandre de Moraes para autorizar a soltura.
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Familiares reiteram denúncias de violações dos direitos humanos
Nesta quarta-feira, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados realizou audiência pública com advogados e familiares de presos do 8 de janeiro, que reiteraram denúncias de violações dos direitos humanos e das prerrogativas da defesa durante todo o processo acusatório contra os investigados pelos atos de vandalismo.
O requerimento para visitar os presos nas duas unidades é assinado pelos senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Eduardo Gomes (PL-TO), Ciro Nogueira (PP-PI), Izalci Lucas (PSDB-DF), Jorge Kajuru (PSB-GO), Damares Alves (Republicanos-DF), Láercio Oliveira (PP-SE), Jorge Seif (PL-SC), Hiran Gonçalves (PL-RO) e Rogério Marinho (PL-RN).
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