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Requerimento a Rodrigo Pacheco

Senadores querem derrubar em plenário sanções de Moraes contra Marcos do Val

Senadores da oposição querem votar sanções de Moraes contra Marcos do Val
Oposição solicitou questão de ordem ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que o plenário se pronuncie sobre sanções contra Marcos do Val (Podemos-ES) (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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O líder do Podemos no Senado, Rodrigo Cunha (AL), apresentou na noite de quarta-feira (4) requerimento ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que o plenário avalie a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de aplicar uma série de sanções contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

O requerimento trata da iniciativa exclusiva de Moraes, tomada em 12 de agosto, de impor medidas cautelares a Do Val, incluindo a suspensão de seu perfil na rede social Instagram, o bloqueio judicial de suas contas bancárias e a imposição de multas de R$ 50 milhões, tidas como abusivas. A medida foi tomada sob a justificativa de que Marcos do Val descumpriu ordens judiciais impostas anteriormente pelo STF.

Pacheco já havia solicitado a Moraes o desbloqueio das contas do senador capixaba, mas recebeu a resposta do ministro segundo a qual o presidente do Congresso não tinha legitimidade para formular o pedido. Cunha defendeu no seu requerimento que o plenário tem essa prerrogativa, a partir de uma jurisprudência do próprio STF ao tratar de uma ação direta de inconstitucionalidade. A Corte entendeu que o colegiado de 81 senadores pode agir em defesa do exercício pleno do mandato de seus pares.

“Não estamos inovando. Se o ministro Alexandre de Moraes entende que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não teria legitimidade para questionar a decisão monocrática dele, o próprio STF reconheceu que o plenário do Senado tem essa legitimidade”, disse. Pelo seu entendimento, a determinação de medidas cautelares prevê que a decisão do STF pode ser derrubada pelo voto nominal e aberto da maioria dos parlamentares.

Em resposta a Rodrigo Cunha logo após manifestar seu requerimento, Pacheco avisou que analisaria o documento. Embora não tenha prazo para dar a sua posição, ela deverá ocorrer em breve.

Para assessores parlamentares, a reação do presidente do Senado a este requerimento regular, chamado por Pacheco de "questão de ordem", desperta grande curiosidade por também sinalizar como ele deverá se comportar em relação ao pedido de impeachment de Moraes, a ser protocolado na próxima segunda-feira (9).

O ministro Moraes já reformou sua decisão, liberando 30% do pagamento do parlamentar. Mas Do Val ainda alega que o bloqueio da verba o impede de realizar atividades “inerentes” ao mandato, tais como a locomoção para Brasília e o pagamento das despesas de gabinete, tanto na capital federal quanto em sua base no Espírito Santo. Segundo Cunha, a decisão de Moraes “impede” Do Val de “exercer plenamente o seu mandato”. “A comunicação com os eleitores por meio das redes sociais é uma parte crucial das funções parlamentares”, argumentou o senador.

O senador alagoano destacou ainda que o artigo 53 da Constituição garante a imunidade parlamentar para que haja o “livre confronto de ideias e o debate necessário entre aqueles que, mesmo com opiniões divergentes, trabalham em prol do bem comum da nação brasileira”. Ele pediu a subscrição de outros senadores ao requerimento e disse contar com a "postura democrática" de Pacheco.

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