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Viatura da PRF atingida por tiros após emboscada na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no Pará.
Viatura da PRF atingida por tiros após emboscada na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no Pará.| Foto: Divulgação/Funai.

Um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi atingido no tornozelo por um disparo de arma de fogo durante uma emboscada contra as equipes do órgão e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no Pará. Os agentes atuavam em uma operação de desintrusão quando as viaturas em que estavam foram alvo de disparos. Dois veículos foram atingidos. A desintrusão é a retirada de ocupantes não indígenas dessas áreas. A ação ocorreu na noite desta segunda-feira (4).

Os agentes da PRF responderam aos disparos, segundo informações dos órgãos federais, e na troca de tiros o servidor da Funai foi atingido. Ele foi encaminhado em aeronave da polícia para Marabá (PA), onde passará por uma cirurgia para remoção da bala. Uma das viaturas da Funai teve os pneus perfurados e os agentes precisaram aguardar na mata até serem resgatados à noite, informou a Agência Brasil.

Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas manifestou “solidariedade ao servidor baleado na noite de segunda-feira (04) quando cumpria o seu dever funcional”. A pasta afirmou que a Funai “está dando todo o apoio para que o servidor se recupere prontamente e tenha sua saúde restabelecida”.

De acordo com a Funai, as equipes de segurança que trabalham na desintrusão têm enfrentado emboscadas e sabotagens recorrentes por parte de invasores. No mês passado, equipes da Funai e do Ministério do Trabalho já tinham sido alvo de disparos, sem feridos. O órgão afirmou que mais de 20 pontes foram destruídas em atos de sabotagem contra o plano de desintrusão da TI Apyterewa, elaborado após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que homologou o planejamento das ações.

Em novembro, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, determinou o prazo de 60 dias para que o governo federal apresente um novo plano para a desintrusão das Terras Indígenas. O ministro cobrou a elaboração do plano pelos ministérios da Justiça, dos Povos Indígenas e da Defesa. A Secretaria-Geral da Presidência da República deve coordenar a ação.

Homem foi morto pela Força Nacional no mês passado em operação de desintrusão

No dia 16 de novembro, um agricultor foi morto durante a operação de desintrusão da Terra Indígena Apyterewa. Fontes oficiais do governo federal informaram que a morte teria ocorrido por causa da tentativa do homem de tirar a arma da mão de um policial. “A orientação do governo federal é usar a força somente no que é estritamente necessário para cumprir a ordem judicial. Contudo, na última segunda-feira (16), um dos invasores tentou tomar a arma de um dos policiais da Força Nacional de Segurança, resultando em um tiro que, infelizmente, levou a óbito o invasor”, afirmou a comunicação da operação, em nota.

Segundo o governo, o grupo do qual a vítima fazia parte estava depredando as instalações e viaturas da operação e tentava evitar a chegada dos agentes às bases da operação. No entanto, o advogado Vinicius Borba, que acompanhava o grupo, afirmou que “a versão dos populares, dos agricultores, é que houve uma discussão e o tenente coronel da Força Nacional disparou dois tiros no abdômen daquela pessoa e ela veio a óbito”.

“A operação consiste na retirada de não indígenas que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa (homologada em 2007) e Trincheira Bacajá (homologada em 1996), localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapú e Senador José Porfírio, no Pará”, disse o ministério. “Nas terras homologadas vivem cerca de 2.500 indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, distribuídos em 51 aldeias. Há também registros de indígenas isolados e de recente contato no território”, disse o ministério.

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