Neste domingo (22), a Associação dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ASSIBGE) emitiu um comunicado em que afirma que o IBGE “enfrenta considerável risco institucional” e reclama da falta de diálogo com o presidente do instituto, Marcio Pochmann.
Na sexta-feira (20), a categoria anunciou a convocação de um ato em frente à sede do IBGE, no Rio de Janeiro, no próximo dia 26.
“A Executiva Nacional da ASSIBGE entende que a crise enfrentada pela instituição só chegou a tal grau de gravidade devido a reiterada recusa, por parte do presidente Márcio Pochmann, de estabelecer qualquer canal de diálogo real com os servidores da casa e de agir com transparência em relação às suas ações nos últimos meses”, diz um trecho do comunicado.
“A superação da crise reside justamente em reverter essa situação. A presidência deve suspender as medidas em curso, apresentar com clareza suas motivações e ouvir o que a casa tem a dizer a respeito”, diz outro trecho.
A Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria do presidente do IBGE, Márcio Pochmann, para comentar sobre o caso e aguarda retorno.
Nomeado para o IBGE em agosto de 2023, Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012, e já presidiu a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e o Instituto Lula.
Reivindicações da categoria
As principais reclamações dos servidores do IBGE dizem respeito à "constituição de uma fundação de direito privado e a uma possível reforma de seu estatuto".
A categoria também reclama do regime de trabalho. É que no fim do mês passado o IBGE publicou uma portaria colocando fim ao teletrabalho integral.
A portaria ainda determinou o retorno do trabalho presencial, pelo menos, dois dias por semana, a partir do dia 15 de outubro.
“Caso não haja abertura de canais para tratar dos problemas colocados, a ASSIBGE indicará à categoria a necessidade de intensificar nossas mobilizações”, disse o sindicato.
Também na sexta-feira (20), passou a circular uma carta em que servidores do IBGE pediam a exoneração de Pochmann.
O documento foi publicado por meio de um formulário on-line como um tipo de convocação dos demais funcionários do órgão.
A carta não foi criada pela ASSIBGE. No documento, os servidores criticam:
- a criação sigilosa de uma fundação chamada "IBGE+";
- a reformulação do estatuto do IBGE;
- as "viagens excessivas" de Pochmann num cenário de escassez de recursos;
- as mudanças recentes relativas ao regime de trabalho dos funcionários.
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