Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) farão uma paralisação geral nesta quarta (5) em protesto contra o governo por não avançar em uma proposta de reajuste salarial e valorização da carreira.
Além do Ibama, também cruzam os braços os servidores do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). A Gazeta do Povo procurou os ministérios do Meio Ambiente e da Gestão e Inovação (MGI) para se pronunciarem sobre a paralisação e a negociação salarial e aguarda retorno.
De acordo com a Ascema Nacional, associação que representa os servidores ativos, inativos e pensionistas dos órgãos, a mobilização já dura seis meses desde que o governo abriu a negociação para reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente e do plano especial de cargos.
“Em resposta ao desinteresse do governo em atender nossas reivindicações, realizaremos uma paralisação nacional no dia 5 de junho de 2024, com atos em todos os estados e no Distrito Federal”, disse a entidade em nota ressaltando que a paralisação ocorrerá na data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.
A Ascema Nacional afirma que enviou ao ministério, na última sexta (31), um oficio comunicando a paralisação, e que também solicitou à ministra Marina Silva e aos presidentes do Ibama, ICMBio e SFB o reconhecimento público da “importância dos servidores ambientais e a necessidade urgente de reestruturação e valorização da carreira”.
“O discurso do governo continua como a área ambiental sendo prioritária e estando priorizada na pauta internacional também, mas efetivamente, até o momento, os servidores não receberam uma proposta do governo que atenda o déficit e a defasagem de anos”, disse Cleberson Zavaski, presidente da Ascema em um vídeo publicado em abril.
A entidade dos servidores pede, entre outros pontos, a equiparação dos salários com as carreiras de nível superior da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com uma valorização progressiva. Outro ponto é que a remuneração total de nível intermediário seja equivalente a 70% do superior.
Além da paralisação dos servidores do meio ambiente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta a greve dos professores e técnicos das federais, que estão de braços cruzados há dois meses com negociações travadas. Na última reunião, realizada na segunda (3), os servidores não conseguiram chegar a um acordo.
O governo oferece um reajuste de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026, enquanto que os servidores pedem 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2026 e 5,16% em maio de 2026. Uma nova reunião foi marcada para o dia 11 com os servidores técnicos e para o dia 14 com os docentes.
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