Uma das federações que representam os servidores do INSS pediu aos grevistas que intensifiquem a paralisação nos estados após a reunião de negociação com governo desta sexta (9) terminar sem acordo.
De acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou uma proposta preliminar que ainda precisa ser analisada oficialmente. Enquanto isso, a orientação é para intensificar a greve.
“A Federação orienta ainda o incremento da mobilização e da greve nos estados, bem como a participação na caravana do dia 12 a 16 de agosto, em Brasília”, diz em nota.
O MGI manteve a proposta que, diz, “garante ganho acumulado de 2023 a 2026 de 28,3% para os níveis superior e intermediário e de 24,8% para o nível auxiliar”. Nesta sexta (9), propôs uma reestruturação na carreira com a incorporação de gratificações e a instalação de um comitê gestor para a discussão do nível de escolaridade para acesso ao cargo de Técnico do Seguro Social (TSS).
“As entidades questionaram os valores e percentuais, bem como a falta de empenho do Governo em melhorar substancialmente a tabela salarial da carreira, bem como de efetivamente reestruturar a carreira e estabelecer processo de negociação do movimento de greve. O governo argumentou que nossa carreira apresenta um quantitativo muito grande de aposentados e pensionistas com adicionais e rubricas diferenciadas que impactam substancialmente a cada incremento no Vencimento Básico”, disse o Fenasps em nota.
A expectativa é de que essa nova proposta seja analisada pelos servidores até a próxima sexta (16).
Segundo informou a federação à Gazeta do Povo, a greve que começou no dia 10 de julho fechou agências em 23 estados e no Distrito Federal ocorre não apenas pela paralisação em si, mas pela falta de servidores. O INSS, diz, já chegou a ter 40 mil, mas hoje conta com 19 mil – estima-se que seriam necessários pelo menos 23 mil para dar conta de todas as análises necessárias que não podem ser feitas apenas com o uso da tecnologia.
A preocupação do governo é de que a força-tarefa para analisar benefícios pagos irregularmente seja afetada pela greve, o que compromete diretamente a expectativa de cortar parte dos gastos como promessa de Lula para fechar o Orçamento de 2024 e 2025 e reduzir a fila de espera de segurados.
A paralisação atinge principalmente a análise e a concessão de benefícios, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), este último alvo da revisão do governo e que pode atingir mais de 680 mil pagamentos. Os servidores afirmam que recebem, em média, um milhão de pedidos de benefício mensalmente.
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