Integrantes do MST acompanham homenagem na Câmara.| Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
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A sessão solene em homenagem aos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizada nesta quarta-feira (28), na Câmara dos Deputados, foi marcada por vaias aos parlamentares da oposição e críticas da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

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Ao discursar na sessão, o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, foi vaiado pelos presentes ao criticar o movimento. Ele foi relator da CPI do MST e disse que encontrou “miséria generalizada” nos assentamentos visitados em diversos estados, evidenciando o insucesso do modelo da organização.

No relatório final, Salles pediu o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, do líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha e do diretor superintendente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Messias Silva. Os trabalhos da comissão foram encerrados sem aprovação do relatório final.

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“Foram evidenciados os crimes ao direito de propriedade e a insegurança aos produtores. De onde veio a democracia desses que vieram se unir ao MST? O que estamos comemorando hoje?Eu entendo que não há nada a ser comemorado. Esses 40 anos são de insucesso, de uma política que fracassou e volta a ser feita de maneira que vai fracassar”, indagou Salles.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), endossou as vaias dos integrantes do MST e disse que a homenagem ao movimento não podia ser transformada em uma sessão de provocação. “Vocês têm todo o direito de discordar, mas não podem agredir esses homens e essas mulheres do Brasil inteiro, que nesse momento recebem homenagem do Plenário”, reclamou.

Críticas da FPA

Horas antes, da realização da sessão no plenário da Câmara, membros da bancara ruralista promoveram uma coletiva de imprensa para repudiar a homenagem ao "grupo que promoveu 72 invasões criminosas Brasil afora".

De acordo com Alceu Moreira (MDB), deputado federal e ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o MST não defende a reforma agrária, defende o uso de família como massa de manobra política e isso jamais pode ser objeto de defesa ou homenagem.

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“Todos sabem que aqui nesta casa tem um conjunto de parlamentares que desejam que o país tenha paz e que todos que precisam da terra para trabalhar tenham esse recurso. Então eu digo ao MST: “se quiserem reforma agrária, nós somos favoráveis. e isso eu nunca vou apoiar, homenagear ou ajudar”, afirmou.

Para o deputado Domingos Sávio (PL-MG) o MST é um movimento criminoso que não possui CNPJ, endereço ou quem responde pelos atos de invadir, desrespeitar e agredir famílias no campo. “O que essa sessão de solenidade está homenageando? Enquanto no governo passado houve um número histórico de titularização, nesse governo vemos o crime tomando conta do país e saindo impune.”

O líder da Frente Invasão Zero e ex-presidente da CPI do MST, o deputado Tenente Coronel Zucco (PL-RS) também criticou o movimento e a quantidade de invasões que foram realizadas no primeiro ano de governo do presidente Lula. “Ano passado, bastaram 4 meses de Lula para que as invasões do MST superassem as invasões de 4 anos de Bolsonaro. Com a escalada dos relatos a respeito de terras que eram produtivas, mas foram reduzidas a pó pelas invasões, a CPI do MST foi uma reação dos brasileiros”, afirmou Zucco

*Com informações da Agência FPA