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A ministra Simone Tebet (MDB), do Planejamento e Orçamento, afirmou nesta quinta (5) que pode trabalhar pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A declaração foi dada durante a inauguração de uma fábrica de celulose na cidade de Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, estado que é a base eleitoral dela.
Tebet discursava na cerimônia elogiando Lula por ter levado para lá a primeira fábrica de celulose, depois uma segunda linha e agora esta nova. Isso, disse, foi muito “pé quente” com o estado.
“E ainda no seu governo iremos inaugurar uma [indústria] lá na região do Bolsão. Eu falo por Mato Grosso do Sul: se precisar de um Lula 4, o senhor vai ser eleito pra ajudar o Mato Grosso do Sul”, ressaltou a ministra.
A fala de Simone Tebet ocorre em meio às negociações do MDB para continuar na base governista ou desembarcar em 2026 para lançar um candidato próprio à presidência da República. De um lado, o prefeito paulista Ricardo Nunes afirmou que trabalharia para o partido deixar o governo.
Do outro, o presidente nacional da legenda, Baleia Rossi, chegou a tecer fortes elogios ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, mas sinalizou que ainda não há nenhuma decisão tomada sobre a sucessão presidencial.
“Essas discussões para 2026 vão acontecer ao longo do ano que vem e é o que eu falei: às vezes tem dirigente partidário que quer tomar decisão sozinho, eu não tomarei essa decisão sozinho”, disse Baleia Rossi logo após o segundo turno das eleições municipais deste ano.
A negociação do MDB para seguir na base governista passa pelo bom desempenho no pleito deste ano e, consequentemente, na quantidade de cargos na Esplanada dos Ministérios. E, ainda, a articulação da agenda econômica, em que o ministro Renan Filho (Transportes) já adiantou que o partido pretende atuar na segunda metade do governo.
A ministra Simone Tebet aderiu ao governo logo após o primeiro turno da eleição presidencial de 2022, em que ficou em terceiro lugar superando até mesmo Ciro Gomes (PDT). Isso fez com que a campanha petista fosse atrás dos votos dela em troca de cargos no governo e da incorporação de propostas.
Essa adesão foi criticada por Ricardo Nunes, dizendo que faltou diálogo da parte dela. “Ela era candidata do meu partido, eu fiz campanha para ela, ela teve muito mais votos aqui do que na terra dela. Na hora de declarar apoio, ela poderia pelo menos ter conversado [comigo]”, disparou.