O MDB definiu nesta terça-feira (12) que Simone Tebet (MS) será a candidata do partido para a presidência do Senado. O MDB tem a maior bancada da Casa, com 13 senadores.
Em nota, o partido destacou que "a independência no comando do Legislativo é de fundamental importância nesse período de crise, em que o interesse público precisa estar acima de qualquer disputa ideológica e política na reconstrução da economia e na imunização universal e gratuita contra a Covid-19".
De acordo com o texto, a escolha de Tebet, "que sempre primou por uma postura política independente e corajosa, é também uma manifestação do enorme respeito do MDB por todas as mulheres, que têm conquistado avanços significativos no Congresso Nacional e no Brasil, em diversas áreas".
Disputa acirrada no MDB
Simone Tebet desbancou outros três nomes do partido que haviam sido cotados para disputar o comando do Senado: o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO); o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE); e o líder do próprio MDB e da Maioria no Senado, Eduardo Braga (AM).
Mas a escolha de Simone Tebet ocorreu muito mais por fatores externos do que internos ao MDB. Quando o presidente Jair Bolsonaro decidiu apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado, os três senadores emedebistas, ligados ao Planalto, viram suas chances diminuírem fortemente. Pacheco é o candidato do grupo do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), um importante aliado de Bolsonaro.
Simone Tebet, por outro lado, é mais ligada à ala independente do Senado – que não é nem de oposição, nem governista. Além disso, ela também mantém bom relacionamento com o movimento Muda, Senado – que levanta a bandeira anticorrupção e defende a Operação Lava Jato. Esse teria sido um dos motivos que levou o PT a anunciar o apoio a Rodrigo Pacheco, mesmo sendo ele o candidato de Bolsonaro.
Nas eleições para presidente do Senado de 2019, Simone Tebet havia lançado seu nome internamente no MDB, mas foi voto vencido à época. O candidato do partido foi Renan Calheiros (AL). Renan perdeu a eleição para Davi Alcolumbre.
Quem é Simone Tebet
A senadora Simone Tebet é filha Ramez Tebet, ex-presidente do Senado. A carreira política da senadora começou como deputada estadual. Candidatou-se pelo Mato Grosso do Sul nas eleições de 2002, e ficou no mandato por dois anos. Nas eleições de 2004, lançou sua candidatura para a prefeitura de Três Lagoas (MS), sua terra natal e a terceira maior cidade do estado. Saiu-se vitoriosa.
Na política de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet se lançou, em 2010, a vice-governadora na chapa “puro-sangue” com o emedebista André Puccinelli. Vitoriosos na disputa, ela acumulou o cargo de vice com o de secretária de Governo, entre 2013 e 2014. Nas eleições de 2014, lançou sua candidatura para o Senado. Também se elegeu para o atual mandato.
Embora seja ligada à ala do Senado que defende pautas anticorrupção, a parlamentar foi alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investigava suposta fraude do “caráter competitivo de tomadas de preço” e o desvio de recursos públicos federais e municipais “em favor de empresa fraudulenta contratada”. A investigação contra ela se refere ao período em que ela foi prefeita de Três Lagoas.
Em relação ao suposto esquema de desvios de verbas públicas, a parlamentar, que chegou a ter os bens bloqueados pela Justiça Federal, foi absolvida e teve a efetiva devolução dos bens. O processo contra ela foi arquivado pelo ministro Marco Aurélio por prescrição.
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