A senadora Simone Tebet (MDB) aceitou o convite do presidente eleito Lula (PT) para assumir o Ministério do Planejamento a partir de janeiro de 2023. A informação foi confirmada nesta terça-feira (27) pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que irá comandar a Secretaria das Relações Institucionais na Presidência da República no novo governo.
Segundo Padilha, o convite foi feito pelo papel que Tebet teve no segundo turno e como prefeita, como senadora e pela sua capacidade como gestora. A senadora de 52 anos teve 4,9 milhões de votos no primeiro turno da eleição presidencial deste ano e foi uma das principais apoiadoras da campanha do petista no segundo turno.
O parlamentar afirmou ainda que não haverá mudanças na estrutura da pasta que será comandada por Tebet. Inicialmente havia o interesse da senadora em levar a coordenação dos projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) - projeto que envolve as parcerias do governo com a iniciativa privada na realização de obras - para o Planejamento como forma de fortalecer sua atuação à frente do Ministério, o que acabou não ocorrendo. Dessa forma, a gestão do PPI continuará sob comando da Casa Civil.
A pasta que será comandada por Tebet participa dos comitês gestores de programas estratégicos do governo federal, coordenados pela Casa Civil, como Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, e também do próprio Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).
Na segunda-feira (26) o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a senadora é muito qualificada e não via problemas para ela assumir o Planejamento. Segundo ele, o economista André Lara Resende recusou o convite de Lula para assumir a pasta, indicação que era vista como um aceno ao mercado financeiro.
Tebet era cotada em outros ministério e recusou Meio Ambiente
Logo após a vitória de Lula nas eleições, o nome da senadora já era cotado para assumir algum ministério de destaque no novo governo. Tebet fez parte da equipe de transição de Lula na área de desenvolvimento social. Por essa razão, inicialmente ela estava cotada para comandar justamente a pasta de Desenvolvimento Social, função que acabou sendo ocupada pelo senador petista Wellington Dias (PT-PI).
Tebet também foi cogitada para assumir os ministérios do Meio Ambiente ou Cidades. O comando do Meio Ambiente foi inclusive a primeira opção proposta por Lula, mas Tebet condicionou a oferta a uma conversa com Marina Silva, que posteriormente acabou confirmada à frente do ministério mais uma vez.
Das críticas ao apoio total à campanha de Lula
A senadora fez diversas críticas a Lula e ao PT no primeiro turno das eleições, quando chegou a afirmar que, caso eleito, o petista iria governar o país para se perpetuar no poder e comparou Lula ao ex-presidente argentino Juan Domingo Perón, que comandou a Argentina por três mandatos.
Já no segundo turno, Tebet se tornou uma das principais adeptas da campanha do presidente eleito e anunciou seu apoio total e irrestrito ao petista tão logo o primeiro turno foi encerrado. A senadora esteve ao lado de Lula em carreatas e palanques pelo país e nas propagandas políticas do PT. Na ocasião, ela afirmou que Lula aceitou incorporar algumas de suas propostas de governo ao plano que estava sendo construído em troca do apoio.
“Fica aqui, a partir de agora, um compromisso não apenas do meu voto, mas do meu total apoio à sua campanha e ao seu governo. Vamos juntos até 30 de outubro andar às ruas e às praças do Brasil pra mostrar que o Brasil que queremos é um Brasil de todos nós, que só pode ser feito e construído pelas mãos do presidente Lula e de Geraldo Alckmin”, afirmou Tebet na ocasião.
Da liderança no Senado para a candidatura à Presidência
Líder da bancada feminina no Senado, Tebet entrou para a política em 2002 como deputada estadual do Mato Grosso do Sul. Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a advogada e professora universitária também foi prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal, e vice-governadora do Mato Grosso do Sul, antes de ser eleita como senadora em 2014.
No Senado, tornou-se a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, função que exerceu entre 2019 e 2020. Em 2021, ganhou projeção midiática por seu trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que investigou as ações do governo federal em resposta à pandemia.
Foi sua atuação na CPI que a colocou no radar para disputar a Presidência da República em 2022. A pré-candidatura de Tebet foi oficializada pelo MDB em dezembro de 2021, com apoio do ex-presidente Michel Temer. No primeiro turno das eleições a senadora obteve 4,9 milhões de votos (4,1%), ficando na terceira posição.
Governo petista terá 37 ministérios
Na última semana o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo do presidente Lula (PT) será composto por 37 ministérios. Atualmente, a equipe ministerial do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 23 pastas. Segundo Costa, a ideia é ter uma estrutura governamental semelhante à do segundo mandato de Lula. O presidente eleito determinou, contudo, que não sejam criados novos cargos em razão do desmembramento de ministérios.
Os primeiros ministros foram anunciados no dia 9 de dezembro. Ontem Lula anunciou os nomes de 16 novos ministros que vão compor o seu governo a partir de 1.º de janeiro. O anúncio ocorreu pouco depois da apresentação do relatório final dos 32 grupos de trabalho do gabinete de transição. Os novos nomes contemplam principalmente aliados de partidos de esquerda que o ajudaram a se eleger, além de petistas e alguns nomes técnicos e acadêmicos.
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