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Abin
Investigação aponta a existência de um grupo que atuava dentro da Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) publicou nesta quinta-feira (25) uma nota pedindo que a agência tenha um comando próprio, desvinculado do governo federal. O pedido foi feito após a Polícia Federal deflagrar uma operação contra o ex-diretor da Abin, deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), por suposta "instrumentalização" da Abin.

Ramagem foi alvo de mandados de busca e apreensão suspeito de participar de um suposto esquema de espionagem de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sem autorização judicial na maior parte do tempo em que ocupou o cargo de diretor-geral do órgão. Ele comandou a agência durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à CNN Brasil, ele chamou a investigação de "salada de narrativas para assassinato de reputação".

A Intelis ressalta que "os novos desdobramentos das investigações em curso sobre o suposto uso indevido do programa First Mile indicam ter havido utilização da estrutura e recursos da ABIN para práticas de desvios por parte de policiais federais inseridos na Agência.

Segundo o sindicato, caso os "ilícitos" sejam confirmados, o caso mostra a importância da agência ser gerida pelo seu próprio “corpo funcional”, e não por “atores exôgenos politicamente condicionados, como no governo anterior”.

"Se confirmados os ilícitos apurados, a problemática gestão da ABIN por Alexandre Ramagem e seus assessores reforça a importância de a Agência ser gerida por seu próprio corpo funcional, e não por atores exôgenos politicamente condicionados, como no governo anterior", escreveu a diretoria do sindicato.

Na nota, a diretoria ainda reafirma "a confiança nos profissionais de carreira da ABIN", e ressalta que eles "são os maiores interessados na apuração republicana sobre eventuais desvios ou mau uso das ferramentas de Inteligência".

Por fim, o sindicato reforça que "a Inteligência de Estado tem que ser preservada do debate políticopartidário, e os profissionais de carreira precisam ser valorizados".

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