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De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de greves do setor público em 2023 superou o número de greves registradas no primeiro ano do governo Bolsonaro.
No primeiro ano de governo do presidente Lula (PT), o setor parou 629 vezes, contra 566 greves em 2019, o que representa um aumento de 12%.
Os dados do Dieese foram divulgados antecipadamente pelo jornal O Globo, na manhã desta segunda-feira (22).
Dentre as paralisações do ano passado, 47% foram greves de advertência, com duração pré-determinada. Do total, 12% das mobilizações se prolongaram por mais de 12 dias.
Os dados do Dieese são divulgados no mesmo momento em que o governo negocia com sindicatos as reivindicações de servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais brasileiros, que paralisaram mais de 60 instituições.
Na sexta-feira (19), o Ministério da Educação propôs aos servidores dobrar o reajuste salarial para 2025 chegando a 9% que serão pagos já a partir de janeiro.
Por outro lado, os ministérios da Educação e da Gestão e Inovação reafirmaram que não tem como conceder um reajuste salarial ainda em 2024 por conta da falta de espaço fiscal no orçamento.
Dias antes da proposta, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou o posicionamento do governo de não conceder aumento aos servidores em 2024. Os servidores reivindicam um aumento de 22%.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, citou o presidente Lula (PT) ao afirmar que “o próprio presidente nos ensinou que reajuste zero, só derrotado”.
“Então eu espero que o ministro Fernando Haddad [Fazenda] encontre um espaço dentro do orçamento para atender a reivindicação dos trabalhadores”, completou Nobre.