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Investigação

Soldado israelense investigado pela Justiça deixa o Brasil

Exército israelense
Militar viajou à Argentina com o auxílio da embaixada israelense no Brasil. Ele está sendo acusado de "crimes de guerra". (Foto: Exército de Israel/EFE)

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O soldado israelense que passava férias no Brasil e começou a ser investigado por supostos “crimes de guerra” em Gaza deixou o país no último domingo (5), mesmo dia em que a Justiça decretou sigilo na apuração.

A saída dele ocorreu sob o acompanhamento da Embaixada de Israel em Brasília e foi levado para Buenos Aires, segundo apurações da Radio France International e do jornal O Globo. O militar estava na Bahia e foi acompanhado ao aeroporto por um representante diplomático israelense.

“Acompanhamos à distância o processo de saída dele, para sabermos qual a sua situação. Nós acompanhamos a saída. A decisão e a ação foram dele”, disse o embaixador Daniel Zonshine ao O Globo.

Ainda segundo a Radio France International, casos semelhantes ocorreram com militares israelenses em férias no Chipre, na Eslovênia e na Holanda nas últimas semanas, que precisaram encurtar as férias por temor de acusações de crimes de guerra.

Ele foi alvo de uma queixa-crime no final de dezembro pedida pela Fundação Hind Rajab (HRF), que apoia palestinos, sob a alegação de participação no que chamam de “demolições na Faixa de Gaza” contra civis em novembro do ano passado.

A denúncia contra o soldado foi apresentada pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida, que o acusam de ser um “criminoso de guerra”. Eles argumentam que, como signatário de tratados internacionais, incluindo a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma, o Brasil teria a obrigação de investigar e reprimir crimes dessa natureza, mesmo que ocorram fora de seu território.

A juíza federal Raquel Soares Chiarelli, que determinou a abertura da investigação e o sigilo nos atos, fundamentou a decisão no princípio da extraterritorialidade e da competência universal, que permite processar e julgar crimes graves independentemente do local onde foram cometidos.

A decisão da magistrada gerou repercussão em Israel. O congressista Dan Illouz, do partido governista Likud, classificou o Brasil como “patrocinador de terroristas”.

“O Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas. Em vez de perseguir terroristas, persegue um soldado das Forças de Defesa de Israel – um judeu que sobreviveu a um massacre brutal e defende seu povo. Uma vergonha imperdoável. Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição a seus soldados e, se o Brasil não corrigir seu caminho, pagará um preço”, escreveu Illouz em suas redes sociais.

O presidente Lula foi declarado persona non grata em Israel no ano passado após comparar a guerra contra o Hamas ao Holocausto na Segunda Guerra.

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