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O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, atacou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por não ter deixado recursos suficientes no orçamento para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avançar com a pauta da reforma agrária. O ataque foi feito na mensagem de fim de ano do movimento, publicada nas redes sociais no último final de semana.
Em um vídeo com pouco mais de 7 minutos de duração, Stédile comemora a eleição e o primeiro ano de Lula no novo governo, e afirma que a “vitória” não foi somente das urnas, mas uma “vitória política contra as ideias fascistas”. Também menciona uma “recuperação da democracia” no país com “toda a militância engajada”.
Segundo o líder do MST, o ano de 2023 teve avanços sob o novo governo de Lula, como recuperação de programas voltados às famílias de agricultores – principalmente dos assentamentos –. Mas, também ressaltou que nem tudo caminhou como o movimento esperava.
“Faltou recursos, porque o orçamento era do governo passado e porque o Estado brasileiro, de certa forma, com a crise, com aquele desmonte que houve nos seis anos passados de governos fascistas, impediu que agora a máquina se voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, afirmou (veja na íntegra).
Ainda segundo Stédile, este está sendo o pior ano na quantidade de assentamentos de famílias nas quatro décadas que o MST existe, mas que “compreende” o baixo número. Para ele, a reforma agrária não se mede mais por “hectares”, mas por “ideias, por conquistas políticas e sociais”.
“Se por um lado o balanço quantitativo e estatístico está aquém das necessidades, por outro lado eu acho que nós avançamos muito nas ideias de ir construindo e atualizando o nosso programa”, disse.
Stédile também lembrou da viagem que fez com Lula à China em abril para fazer “parceria” e “transferência de tecnologia para a produção e escala de insumos fertilizantes”.