Antigo aliado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o economista e líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, voltou a criticar o presidente por não ter tido pedidos do grupo atendidos pelo governo, como a reforma agrária e o assentamento de famílias.
Stédile disse que o governo Lula tem sido “muito lento” e “medroso” para cumprir promessas de campanha no campo social, além de ter acusado o movimento de invadir terras – ele prefere chamar de “ocupar”. O líder é o principal alvo da CPI do MST na Câmara dos Deputados, e foi convocado para prestar depoimento em agosto, na volta do recesso parlamentar.
Em várias entrevistas recentes, Lula tem dito que o MST não precisa invadir para conseguir terras às famílias, um aceno para tentar melhorar a relação com o agronegócio, estremecida desde a campanha do ano passado.
“Na política interna, o governo está muito lento, lerdo. Me atrevo a dizer, em algumas áreas, até medroso. Até agora nenhuma família foi assentada. Para um governo nosso, seis meses é muito tempo para não ter nenhuma solução objetiva. As famílias da nossa base não querem saber se o MST é amigo do Lula ou não, mas quando vão resolver o problema da terra”, disse em entrevista ao Metrópoles.
A declaração repete as críticas direcionadas ao presidente em meados de maio, quando Stédile disse também que pretendia colocar pressão nas invasões para que a reforma agrária fosse intensificada. Na ocasião, afirmou que o movimento poderia “voltar a fazer marchas e grandes acampamentos”.
“O governo reagiu mal a duas ocupações na nossa jornada em abril. Se há um decreto presidencial, assinado pelo FHC [Fernando Henrique Cardoso], declarando que 17 de abril é Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, o que se espera que as pessoas façam? Fiquem em casa dormindo? Então seria o dia do sono profundo da reforma agrária. É óbvio que haveria mobilizações de todo o tipo”, disse.
O MST foi sido fortemente criticado por ministros pelas invasões realizadas em abril, como Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que defenderam um diálogo com o movimento. Já Lula tem defendido que o Incra faça um levantamento das terras improdutivas no país para direcionar à reforma agrária, com uma “prateleira” que pode ser consultada quando necessário.
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