Desde a última sexta-feira (27), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu formalmente o papel de assistente de acusação no processo que investiga o episódio ocorrido em julho no aeroporto internacional de Roma, no qual ele próprio e o seu filho, Alexandre Barci de Moraes, foram supostamente hostilizados por uma família de brasileiros. Ao testemunhar como vítima, o juiz relatou ter sido chamado de “bandido, comunista e comprado” quando se dirigia à sala VIP no terminal italiano.
Durante o incidente, o filho do ministro afirmou ter levado um tapa de um dos acusados, Roberto Mantovani. Dias depois, o empresário e outros dois investigados, sua esposa Andrea e o genro Alex Zanatta, tiveram celulares e computadores apreendidos pela Polícia Federal (PF) e negaram ter havido qualquer agressão física durante interrogatórios. O ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF, autorizou que Alexandre de Moraes, sua esposa e seus filhos sejam assistentes do Ministério Público Federal (MPF) na atual fase do processo.
Toffoli rejeitou questionamentos da vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, sobre a decisão, tomada antes mesmo de o próprio MPF decidir se fará ou não acusação formal contra os suspeitos. Na prática, o STF permitiu Moraes e seus familiares questionarem testemunhas, sugerirem provas e perícias, entre outras medidas. A maior polêmica até agora no processo foi a exclusão dos peritos criminais federais. Coube a um agente da PF analisar as imagens de câmeras de segurança do aeroporto. No seu relatório, concluiu que o filho de Moraes sofreu “aparente tapa”.
Essa análise é questionada pela defesa dos acusados e diverge da conclusão feita pela polícia italiana, que não encontrou agressão física nas imagens, mas apenas um bate-boca. Com base nessas divergências, os advogados de Mantovani, da esposa e do genro pediram o compartilhamento do material fornecido pela cooperação, o que foi negado por Dias Toffoli na segunda-feira (24), mantendo o sigilo decretado anteriormente. Neste sábado (28), os defensores também encaminharam à PF requerimento para que as imagens sejam enviadas para a análise do Instituto Nacional de Criminalística, sob o argumento da necessidade de parecer isento.
A corregedoria da PF reagiu contra esses questionamentos e abriu procedimento disciplinar contra o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Willy Hauffe Neto, após ele declarar que o laudo da PF não deveria ser tratado como prova em razão de suposta parcialidade. Em comunicado, a corporação afirmou que as imagens foram adequadamente analisadas por uma equipe de profissionais qualificados e que não há suspeitas de falta de integridade, adulteração ou edição.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião