Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram nesta quarta-feira (4) uma lista tríplice, formada por advogados, a ser encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro, a quem caberá escolher um para assumir o cargo de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Compõem a lista:
- ANDRÉ RAMOS TAVARES, professor de direito econômico da USP e que integrou a Comissão de Ética Pública da Presidência da República entre 2018 e 2021. Antes do governo Bolsonaro, ele chegou a redigir pareceres encomendados pelo PT contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a favor da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018. Ele é o favorito do STF: recebeu 9 votos entre os 11 ministros da Corte;
- FABRÍCIO MEDEIROS, advogado eleitoral, já atuou em defesa do União Brasil, fusão entre DEM e PSL, que ainda tenta lançar um candidato de “terceira via” contra Lula e Bolsonaro. Tem o apoio de Alexandre de Moraes, futuro presidente do TSE, e de Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara que também virou um grande desafeto de Bolsonaro. No STF, ele recebeu 8 votos;
- VERA LÚCIA SANTANA ARAÚJO, ativista de esquerda e apoiadora declarada de Lula, é dirigente da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e do grupo Prerrogativas, que milita contra a Lava Jato. No mês passado, publicou em suas redes sociais que “o bolsonarismo estupra crianças indígenas”. Entre os ministros do STF, ela recebeu 7 votos.
A escolha ocorrerá num momento de tensão entre Bolsonaro e a Corte Eleitoral em razão de cobranças por maior transparência e segurança no sistema eletrônico de votação, inclusive por parte das Forças Armadas.
Ficaram de fora da lista outros advogados que contavam com apoio de alguns ministros. São eles: Rogéria Dotti, filha do jurista falecido René Dotti, amigo do atual presidente do TSE, Edson Fachin, e que foi assistente de acusação da Petrobras na Lava Jato – ela recebeu 4 votos.
Outra que ficou de fora é Marilda Silveira, com apenas 1 voto. Uma das mais prestigiadas advogadas eleitorais do país, ela atuou em nome do partido Novo em 2018 contra a candidatura de Lula, por ele ter sido, na época, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Em geral, cabe ao ministro substituto do TSE julgar as ações do Ministério Público e dos partidos contra propagandas irregulares antes ou durante a campanha eleitoral. Há rumores, contudo, de que o novo integrante da Corte pode ficar de fora dessa atribuição, dependendo de sua posição – parte dos ministros temem que o escolhido por Bolsonaro acabe se omitindo de fiscalizar de perto suas ações como candidato à reeleição. A vaga de ministro substituto surgiu em março, depois que Carlos Mário Velloso Filho deixou o cargo por problemas de saúde.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião