O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques prorrogou, nesta sexta-feira (19), por mais 90 dias o prazo para que Minas Gerais retome o pagamento das parcelas da dívida com a União. Em dezembro do ano passado, o ministro já havia concedido 120 dias de prorrogação, que se encerraria neste sábado (20). O pagamento da dívida fica suspenso até que o Estado passe a fazer parte do programa de recuperação fiscal.
Agora, o governo Lula e o governador Romeu Zema (Novo) tem até 20 de julho para buscar uma solução para a dívida de mais de R$ 160 bilhões do Estado. Zema negocia com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O governador solicitou a Nunes Marques que o prazo fosse prorrogado em 180 dias.
Já a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao relator que o pagamento da dívida fosse retomado no próximo mês. Na manifestação, a AGU argumentou que há mais de nove anos Minas se apoia em decisões judiciais provisórias para "não realizar a devida amortização do débito". Para a AGU, Minas promove uma “socialização federativa de suas dívidas, em detrimento de Estados com menor renda per capita”.
Segundo a AGU, durante a prorrogação concedida em dezembro de 2023, o Estado evitou um "esforço colaborativo" para aderir ao regime de recuperação. "O que se viu foi a manutenção do estado de precariedade de informações e insuficiência documental por parte do ente federado, além da ausência de um esforço de fato colaborativo com vistas à efetiva homologação do seu Regime de Recuperação Fiscal", diz um trecho da petição protocolada nesta quarta (17) pelo órgão.
Nunes Marques destacou que a prorrogação "tem de ser acompanhada de atitudes concretas e de disposição a uma negociação célere e respeitosa entre as unidades políticas envolvidas". O ministro encaminhou a decisão para análise do plenário do Supremo.
Zema agradeceu ao ministro pela prorrogação. “Ao estender o prazo para a avaliação das novas propostas de renegociação da dívida de Minas, o ministro demonstra sua sensibilidade em fortalecer o pacto federativo para que os estados, Congresso e governo federal possam alcançar conjuntamente uma solução para reduzir os juros e tornar a dívida administrável, sem afetar a capacidade de investimentos estaduais", disse o governador, em nota.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF