O ministro do STF Alexandre de Moraes| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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Onze parlamentares bolsonaristas tiveram o sigilo bancário quebrado por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. A medida foi tomada conjuntamente à deflagração da operação Lume nesta terça-feira (16), para investigação de alvos ligados a manifestações que pediram o fechamento do próprio Supremo e do Congresso. As informações foram divulgadas pelos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo.

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A decisão de Moraes atinge dez deputados e um senador:

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A intenção é apurar se os parlamentares financiaram atos antidemocráticos. A decisão de Moraes foi tomada em 27 de maio.

Reação dos parlamentares a determinação do STF

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) usou as redes sociais na tarde desta terça-feira, 16, para informar que entrou com um requerimento junto à Câmara dos Deputados pedindo que "faça valer" a imunidade parlamentar do também deputado federal, e companheiro de partido, Daniel Silveira (PSL-DF).

Citando Rodrigo Maia, ela pede que sejam devolvidos os pertences do parlamentar apreendidos na Operação Lume, realizada na manhã desta terça-feira (16) a pedido da Procuradoria-Geral da República e por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

A Polícia Federal cumpre 21 mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal no âmbito do inquérito sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Ambos os deputados tiveram o sigilo bancário quebrado por ordem de Moraes.

"A Constituição Federal, em seu artigo 53, prescreve que: 'Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos'. Estamos diante de uma flagrante ação de agressão direta à inviolabilidade de um de nossos pares e de uma claríssima afronta à Constituição Federal" diz Bia no documento exposto em sua página no Twitter.

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Membro da base aliada de Jair Bolsonaro (sem partido), Daniel Silveira usou sua conta no Twitter nesta manhã para dizer que a Polícia Federal estava em seu apartamento. Além do deputado, entre outros alvos da ação estão o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, principal operador político do Aliança pelo Brasil, o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar, e o investidor Otavio Fakhoury, financiador do site Crítica Nacional. A ofensiva mira ainda youtubers bolsonaristas.

"Polícia Federal em meu apartamento. Estou de fato incomodando algumas esferas do velho poder. E cada dia estarei mais firme nessa guerra! Ah! E não nos esqueçamos nunca: #NaoMexamComWeintraub. Força & Honra!", afirmou o parlamentar.

A deputada Aline Sleutjes (PSL-PR) disse, em nota, nunca ter apoiado ou participado de movimentos antidemocráticos. "Não fui notificada em relação a minha quebra de sigilo, inclusive, fiquei sabendo neste momento por meio de notícias na imprensa", escreveu a deputada. "Reitero meu compromisso com o trabalho sério e transparente, respeitando, acima de tudo, a Democracia e a Constituição. Nunca apoiei ou participei de movimentos antidemocráticos, e não financiei nenhuma organização que fomenta tais atitudes", disse Sleutjes, que ainda afirmou estar à disposição para colaborar com a Justiça.

Também alvo de inquérito do Supremo Tribunal Federal, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) afirmou que ministros da Corte a "apequenam" em função de interesses políticos. Pelo Twitter, o deputado disse que defenderá sua honra, inclusive com ação perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos. "Já pedi aos meus advogados que entrem com uma ação na Corte Interamericana. Vou as últimas consequências pela minha honra. Alguns ministros do @STF_oficial estão apequenando a Suprema Corte a interesses políticos. @alexandre NÃO É O STF", escreveu em uma publicação.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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