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A aprovação aos trabalhos desenvolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) despencou desde o começo do ano até este mês de outubro, de acordo com a nova rodada de avaliação da pesquisa Genial/Quaest divulgada na segunda (20). Desde o primeiro levantamento em fevereiro, o número de brasileiros que avaliam positivamente a Suprema Corte diminuiu de 23% para apenas 17%.
Por outro lado, a avaliação negativa disparou em oito meses, passando de 29% para 36%. A avaliação regular se manteve estável também em 36%, e 11% não souberam responder ou não opinaram.
A tendência de reprovação aos trabalhos do STF atinge tanto os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – passando de 58% para 62% - como do atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 11% para 14%.
Os eleitores do ex e do atual presidente também foram questionados pelo instituto sobre a rigidez com que o STF está julgando as pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro. A apuração aponta que as opiniões não são unânimes, mas indica uma maioria de acordo com o espectro ideológico.
Enquanto que mais da metade dos eleitores de Bolsonaro considere que o STF está exagerando nas condenações (66%), a maioria dos simpatizantes de Lula (75%) acredita que os ministros estão corretos nos julgamentos.
O instituto também apontou que mais da metade dos eleitores ouvidos pela pesquisa concorda com as medidas que o Senado pretende impor ao STF, como o estabelecimento de mandatos fixos para os ministros (68%) e limitar o poder de decisões monocráticas (66%).
No entanto, 62% são contra a descriminalização do porte de maconha para consumo próprio, uma das matérias que o STF tomou para si para julgar e que provocou uma espécie de retaliação no Congresso, alegando usurpação de competência.
A mesma pesquisa apontou, ainda, que 53% dos ouvidos diz que Lula deveria priorizar a indicação de uma mulher para a vaga aberta pela ministra Rosa Weber, e 47% de uma pessoa negra.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu duas mil pessoas entre os dias 19 e 22 de outubro em 120 municípios brasileiros, com a aplicação de questionários estruturados. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.