O governo suíço informou, nesta quarta-feira (5), que o país pretende fazer doações ao Fundo Amazônia. O anúncio foi feito pelo conselheiro federal e ministro da Economia, Educação e Pesquisa da Suíça, Guy Parmelin, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O montante a ser doado não foi divulgado, mas Parmelin informou que o repasse deve acontecer nas próximas semanas.
“A partir de hoje, aprimoraremos nosso engajamento. Tenho o prazer de anunciar que a Suíça vai contribuir para o Fundo Amazônia. A primeira contribuição será nas próximas semanas. Queremos lançar essa parceria com o Brasil e outros países”, disse Parmelin.
O membro do parlamento suíço foi recebido pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, durante o Fórum Brasil-Suíça de Investimentos e Inovação em Infraestrutura e Sustentabilidade. O evento tem o intuito de atrair investidores suíços para investir, no âmbito da sustentabilidade, nas áreas de infraestrutura e indústria no Brasil.
A Suíça se junta aos Estados Unidos e ao Reino Unido nas doações ao fundo. Neste ano, o país norte-americano informou que faria doações de R$ 2 bilhões e o país britânico anunciou meio bilhão em doações para o Fundo Amazônia. Além deles, a União Europeia vai destinar 20 milhões de euros para o fundo. De acordo com o governo federal, os valores depositados são utilizados em ações para promover sustentabilidade e combate ao desmatamento na região amazônica.
Alckmin agradeceu ao ministro suíço pela iniciativa e ressaltou a parceria entre os países. "[A doação é] muito importante para a recuperação da nossa Floresta Amazônica. [Também] destaco a boa parceria econômica e as oportunidades de investimentos", disse.
O vice-presidente brasileiro ainda falou sobre os esforços em combater o desmatamento na região. "As Forças Armadas [estão] presente na Amazônia para retirada de garimpeiros invasores de áreas de preservação... Um trabalho grande [tem sido feito] na região", finalizou.
Alckmin também agradeceu à Suíça pela recuperação do relógio de Balthazar Martinot, do século 17, que havia sido danificado nos atos do dia 8 de janeiro.
Acordo entre a EFTA e Mercosul
No encontro entre os líderes desta quarta, Alckmin também falou sobre o interesse do governo brasileiro em estreitar os laços com a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA), bloco econômico do qual a Suíça faz parte.
Composto por Suíça, Reino Unido, Noruega, Suécia, Dinamarca, Áustria, Portugal, a associação europeia negocia um acordo de livre comércio com o Mercosul desde 2017. Atualmente, as negociações estão em uma situação parecida com a do acordo Mercosul-União Europeia.
Em 2019, um documento chegou a ser concluído, mas não foi chancelado pelos blocos. O vice-presidente falou sobre o interesse em retomar as negociações durante a presidência do Brasil no Mercosul.
"Temos todo interesse em ampliar a abertura comercial e a possibilidade de investimentos recíprocos com a União Europeia e a EFTA. Com a União Europeia, o governo já está mais adiantado e estamos confiantes que chegaremos a bom termo. Com a EFTA, poderemos ter complementariedade econômica de investimentos que vão gerar emprego e renda", disse Alckmin.
Durante o encontro, o ministro suíço disse que o país iria contribuir para que as negociações entre os blocos pudessem avançar de forma positiva.
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