Prestação de contas, anexada aos autos do processo, sobre os gastos para o planejamento de ações contra autoridades pela facção.| Foto: Reprodução.
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Os investigadores da Polícia Federal descobriram que os suspeitos de planejar ataques contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades usaram dinheiro do tráfico de drogas para executar as ações. Além disso, a PF apontou “que parte dos investigados” desviou valores do Primeiro Comando da Capital (PCC) para proveito próprio durante o planejamento dos atos criminosos.

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Investigadores avaliam que o PCC teria gastado nos planos de resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção, e no planejamento de ações contra autoridades cerca de R$ 5 milhões, informou o jornal O Estado de S. Paulo. “Reforça-se que diversas imagens de prestações de contas, com a descrição dos valores empregados na consecução do plano delituoso, denotam o grande investimento financeiro já realizado pelo grupo criminoso que se pretende desmantelar”, disse a juíza federal Gabriela Hardt, que autorizou a operação da PF contra a facção.

No ofício, enviado pela PF no dia 13 de março à 9ª Vara Criminal Federal em Curitiba, os investigadores relataram que áudios trocados entre os suspeitos mostram que se a “prestação de contas” dos recursos utilizados para planejar e realizar os sequestros não fosse enviada à "financeira da Bolívia”, o fato seria cobrado pela facção. Esse fato comprovaria a utilização e dinheiro oriundo do tráfico no planejamento.

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O suspeito identificado como Claudinei seria um "o responsável pelas
vigilâncias e levantamentos sobre o senador Sergio Moro, incluindo a prestação de contas que ele apresentou desde a metade do ano passado". "A confiança dele é tamanha que 'Milco', ainda não qualificado, hierarquicamente superior a ele, ao cobrar a prestação de contas, demonstra extrema confiança, pois ambos verificaram problemas e atrasos na prestação de contas de outros integrantes da ORCRIM [organização criminosa]", pontuou a PF.

“Além disso, nos áudios encontrados na conta icloud utilizada por Claudinei, temos Milco, ainda não qualificado, deixando claro que se a prestação de conta não for enviada no tempo certo, a financeira da Bolívia que vai cobrar eles, ou seja, o dinheiro que é recebido pelos investigados vem, naturalmente, do Tráfico de Drogas”, disse a PF à Justiça.

Desvio de dinheiro do PCC para “proveito próprio”

Segundo o núcleo de repressão a drogas e facções criminosas da corporação, os mesmos áudios mostram que alguns envolvidos teriam utilizado dinheiro da organização em “proveito próprio”. "Importante destacar que pelos mesmos áudios fica evidente que parte dos investigados desviou valores para proveito próprio, sendo relevantíssima a indisponibilização de tais bens, pois com a provável prisão deles, esses objetos voltarão para a ORCRIM e continuaram a financiar esse tipo de atividade criminosa”, diz o documento.

“Vale destacar um dos áudios da conta de Claudinei, em que ‘Milco’, ainda não identificado, durante conversas que buscam prestar contas de valores que eles teriam gastado (na verdade desviados da ORCRIM), confirma tanto a casa quanto o apartamento”, afirmam os investigadores se referindo a imóveis alugados em Curitiba.

"Importante destacar que Claudinei é o maior responsável pela
contabilidade e prestação de contas das ações do PCC no DF e Porto Velho/RO. No entanto, percebemos que um integrante, ainda não qualificado do PCC, acaba por deixar tais prestações de conta fora da responsabilidade de Claudinei, devido às possíveis sanções da ORCRIM, haja vista o desvio de valores verificado por eles". Não ficou claro, porém, qual foi a destinação dada ao dinheiro desviado do PCC.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]