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Entrevista à Veja

Tarcísio reafirma apoio a Bolsonaro e diz que Lula “não entregou o que prometeu”

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Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, diz à Veja que Bolsonaro ainda é líder influente da direita (Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo)

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O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não estar “entregando aquilo que o Brasil esperava” e nem “aproveitar as janelas de oportunidade” abertas para o país com a redivisão de cadeias globais de produção. Em entrevista à Veja publicada neste fim de semana, ele também ressaltou que esses e outros erros do governo “preso ao passado” favorecem a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no jogo político.

Apesar de estar passando por seguidas cirurgias para tratar de pedras nos rins, o ex-ministro de Bolsonaro mantém rotina de trabalho e não descuida da agenda política. Freitas informa, inclusive, que receberá o ex-presidente em Ribeirão Preto (SP), durante evento no início de maio. Abraçando o rótulo de bolsonarista, aproveitou na entrevista para ressaltar a amizade e a gratidão com o ex-presidente, além da defesa das realizações da gestão dele. “Sou liberal, acredito na busca pela iniciativa privada”, sublinhou.

Freitas creditou seu sucesso eleitoral ao ex-presidente, que apostou no nome de um técnico como candidato ao Palácio dos Bandeirantes nas últimas eleições, e diz confiar no papel de destaque dele como líder da direita. “Todos os presidentes que saíram do poder tiveram período de reflexão e silêncio. Mas a figura do Bolsonaro é muito forte”, observou. E quanto ao risco de Bolsonaro ficar inelegível e indicar o governador para disputar a Presidência, ele disse confiar no Judiciário e na prova de inocência do capitão.

Ainda sobre o cenário eleitoral para 2026, no qual é sempre visto como potencial candidato da direita ao Planalto, Freitas afirma estar focado apenas na gestão estadual e que “muita coisa vai se consolidar no longo prazo”. Mas adiantou que Lula e seus aliados “ainda não mostraram a que vieram”. Para ele, o petista não conseguiu mostrar à sociedade e aos investidores “como vai buscar o desenvolvimento, a redução da desigualdade, o crescimento econômico e a redução da inflação”.

O governador prevê ainda dificuldades para o governo aprovar medidas de seu interesse, sobretudo propostas de emendas à Constituição e outras estruturais, diante de um Congresso “mais autônomo” e que “conquistou o seu espaço”. “Reeditaram programas antigos e distribuíram 37 ministérios sem conseguir formar uma base forte no Congresso”, observou.

Governador nega ter decepcionado público conservador

O governador credita seus elevados índices de aprovação após 100 dias no cargo ao seu trinômio 3D, de desenvolvimento, dignidade e diálogo. “Isso traz a esperança nas pessoas de boa condução, independentemente da linha partidária, ideológica”, disse.

Ele avaliou que ações como a distribuição gratuita de canabidiol, também conhecido como maconha medicinal, não afetou sua relação com o público conservador que o elegeu. Para ele, está claro que a medida beneficia pessoas com esclerose múltipla, entre outros casos, e “nada a ver” com a questão das drogas. Lembrou que se manteve coerente, por exemplo, na defesa da não obrigatoriedade da vacina.

Ao defender a privatização como a sua estratégia para buscar eficiência de serviços públicos e atrair investimentos, ele voltou a apostar na venda do Porto de Santos como projeto redentor. “O governo federal excluiu algumas empresas do programa de concessões e privatizações, e o Porto de Santos não está na lista. Interpreto que a porta ainda está aberta”, disse.

Para ele, a maior resistência no âmbito federal não está em Lula, mas no ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB). Freitas também espera que a privatização da Sabesp ajude a mobilizar muito capital em pouco tempo, levando saneamento aonde ainda não chegou.

Em relação à crescente preocupação com segurança, sobretudo nas escolas, o governador declarou estar tratando do tema de forma estrutural. “Vamos cuidar da saúde mental, com a contratação de psicólogos para atender alunos e profissionais da educação. Vamos também contratar segurança privada, com vigilantes desarmados. A escola tem que ser local de alegria, de barulho de criança. Não será local do medo, com detector de metal, não. Mas terá mais segurança”, detalhou.

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