O ex-presidente do PT e ex-ministro de Lula, Tarso Genro, pediu calma aos partidos de esquerda e disse que é preciso usar a “experiência” para se posicionar sobre as eleições venezuelanas.
O aparente conselho do petista foi dado em publicação na rede social X, nesta terça-feira (30), após o PT, sigla do presidente Lula, emitir uma nota em que classifica o processo eleitoral no país vizinho como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
“Não podemos desperdiçar a experiência. Se o TSE definisse quem ganhou aqui no Brasil na última eleição presidencial, com 70% dos votos apurados, Bolsonaro seria Presidente. O Itamaraty faz muito bem em pedir o exame das atas para assumir uma posição sobre a lisura das apurações”, disse Tarso Genro.
Interpretada por jornais como uma divergência entre Tarso Genro e o partido, o posicionamento do petista, na verdade, reforça a tese da oposição venezuelana e de analistas brasileiros de que as atas apenas irão validar o resultado anunciado pelo regime de Maduro.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Maduro após as eleições de domingo (28), sem divulgar as atas de votação para referendar ou não o resultado do pleito. O órgão eleitoral é controlado pelo regime chavista.
A eleição foi marcada por denúncias de perseguição a opositores do ditador e cerceamento da imprensa pelo regime chavista. No entanto, para o PT, "os graves problemas da Venezuela" são causados, principalmente, por "sanções ilegais".
Em outra publicação no X, Tarso Genro disse que “os cronistas de direita fecham os olhos, publicam dados manipulados pela turma do ‘Presidente’ de opereta Guaidó, depois sai o resultado das urnas e eles tem que continuar suspeitando para tentar estimular um Golpe de Estado, como os bolsonaristas por aqui”.
Citado por Tarso em uma das publicações, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desistiu de enviar representantes para observar as eleições venezuelanas depois que o ditador Nicolás Maduro disse que o sistema eleitoral de seu país "é o melhor do mundo", comparando-o com o do Brasil, acusado por ele de não auditar as eleições.
Após a reação do TSE, Maduro voltou a criticar a Corte eleitoral brasileira e disse que o Tribunal ficou incomodado com uma versão “deturpada” da sua fala, mas que falou a “verdade”.
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