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O senador norte-americano Ted Cruz, do Partido Republicano, defendeu na última quinta-feira (7) a aplicação de sanções ao Brasil, sete meses após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizar a entrada de dois navios do Irã no País. O Iris Makran e o Iris Dena receberam em 26 de fevereiro o aval para atracar no Porto do Rio de Janeiro até 4 de março.
O senador voltou a chamar a Lula de "chavista antiamericano que abraça o Partido Comunista Chinês, Vladimir Putin e o regime iraniano”. Por outro lado, ele disse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “um líder pró-americano”.
O congressista questionou o secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, sobre eventuais punições no caso dos navios iranianos e afirmou que Biden utilizou sanções anteriormente contra outros países ocidentais que descumpriram leis norte-americanas, mas, segundo o senador, agora estaria protegendo “seu autoproclamado amigo próximo”.
Em resposta, Nichols disse que o governo de Joe Biden ficou “profundamente desapontado” com o Brasil, mas afirmou não ter conhecimento de qualquer penalidade relacionada ao caso.
“Eu também não, e esse é o problema”, disse. Ted Cruz.
O senador também afirmou estar “profundamente preocupado” que o Ocidente esteja “sobrecarregado pelo antiamericanismo” e por países da região estarem “se alinhando” com adversários dos EUA.
Em março, a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre também foi contra a decisão brasileira de receber as embarcações iranianas. “Hospedar embarcações navais iranianas pertencentes a um regime que está reprimindo brutalmente seu próprio povo, fornecendo armas à Rússia para uso em sua guerra contra a Ucrânia, se envolvendo em terrorismo e na proliferação de armas em todo o mundo envia a mensagem errada”, disse.
As críticas de Ted Cruz contra Lula não são novas. Logo que o caso dos navios iranianos tomou repercussão, ele criticou o presidente brasileiro por aceitar as embarcações. "
“É um chavista alinhado contra os Estados Unidos e nossos interesses, então ou esses riscos não foram comunicados ou os brasileiros não se importaram [com eles]”
Sanções contra Cristina Kirchner
Na mesma audiência, Cruz também defendeu sanções contra a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner por corrupção. "O Departamento de Estado de Biden está fechando os olhos para as sanções por corrupção de Cristina Fernández de Kirchner. Ela é uma cleptocrata condenada, que foi acusada de obstruir investigações sobre o terrorismo iraniano", declarou Cruz.
Cristina foi condenada em dezembro do ano passado a seis anos de prisão e à inabilitação para ocupar cargos públicos pelo resto da vida, mas a sentença ainda não é definitiva.
Juntamente com seus filhos, Florencia e Máximo Kirchner, ela foi acusada de lavagem de dinheiro e associação ilícita no caso Hotesur-Los Sauces, que liga vários empresários ligados à ex-presidente a um esquema de falsa contratação de quartos nos hotéis administrados pela família na província de Santa Cruz, na Patagônia.
O caso teria ocorrido entre 2003 e 2015, coincidindo com os anos dos mandatos presidenciais de Néstor e Cristina Kirchner.
"A criminosa família Kirchner saqueou os cofres da Argentina. Eles podem ter imunidade na Argentina, mas isso não os isenta das leis de sanções aprovadas pelo Congresso", disse o senador.