O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quinta-feira (7), em reunião por videoconferência com a Comissão Externa de Ações contra o Coronavírus da Câmara dos Deputados, que vai visitar “uma ou duas” cidades do Brasil a cada semana. No começo desta semana, ele visitou Manaus, que passa por uma das situações mais graves no Brasil de crise do coronavírus.
“A gente vai visitar todas as cidades que estão passando por momentos difíceis, inclusive aquelas que podem evoluir de tal forma”, disse Teich, que irá ao Rio de Janeiro já nesta sexta-feira (8). Na semana seguinte, o ministro visitará o Macapá.
O deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), que preside a reunião com os deputados, pediu que o ministro permita que ao menos um deputado federal do estado visitado o acompanhe na comitiva da visita. O ministro aceitou o pedido e convidou o próprio Dr. Luizinho para a viagem ao Rio de Janeiro na sexta.
“Isso é uma coisa que vai ajudar bastante a nossa interação. Essa colaboração é essencial”, afirmou. Para cada uma das visitas, segundo o ministro, os deputados “vão poder definir um ou mais representantes” para acompanhá-lo.
Integração da parte ambulatorial com a hospitalar é desafio, diz Teich
Segundo Teich, um dos problemas constatados na visita a Manaus foi a falta de integração da parte ambulatorial – isto é, de exames e atendimento de urgência – com a parte hospitalar, que envolve a internação de pacientes. “Talvez isso no estado do Rio de Janeiro seja ainda mais crítico”, afirmou.
O ministro crê que esse problema é especialmente grave com a população de renda mais baixa. É necessário, segundo ele, “um programa de triagem mais preciso, onde você vai avaliar temperatura, saturação de oxigênio, para que a gente possa pegar isso precocemente no ambulatório, no paciente externo”. Com isso, seria possível fazer um diagnóstico para intervir mais cedo, “para evitar que as pessoas cheguem em condições piores na parte clínica”, disse Teich.
Fila única está sendo tratada de forma radical, diz Teich
A deputada Sâmia Bomfim (Psol-RJ) criticou o ministro por ser “evasivo” e defendeu a fila única dos sistemas públicos e privados no atendimento da Covid-19, para acabar com a prioridade a quem tem plano de saúde.
"Fila única é garantir que o critério de atendimento da população é o quadro clínico, e não se as pessoas têm dinheiro, e não se as pessoas têm plano de saúde”, afirmou. “Até agora, o senhor só tergiversou.”
Teich respondeu que o Ministério da Saúde “sempre vai priorizar as pessoas” e que o tema da fila única “está sendo tratada de uma forma um pouco radical”. “A gente tem que garantir que as pessoas tenham cuidado. Se a gente tiver que ter uma interação entre público e privado, isso vai acontecer. Sou contra a polarização política nesse assunto. O que eu posso te dizer é: público e privado vão estar juntos. E eu vou fazer isso da forma mais adequada possível”, disse o ministro.
Sâmia também atacou a atuação do Ministério em relação ao atraso no pagamento de alguns médicos residentes que estão atuando no combate à Covid-19. “Quando é que o Ministério da Saúde vai pagar para os residentes que neste momento estão trabalhando na linha de frente, salvando vidas, mas não estão recebendo a sua bolsa?”, perguntou a deputada.
Segundo Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, o problema se deve a uma falha técnica. “Existem inconsistências nos dados enviados, seja pelos residentes, seja pelas instituições às quais eles estão atrelados”, disse. Os atrasos no pagamento, que envolvem cerca de 600 residentes, ocorrem, de acordo com ela, “não por falha do Ministério da Saúde, mas por informações incorretas que são enviadas para o nosso sistema”.
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