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O ex-presidente Michel Temer (MDB) teceu elogios ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e disse que o petista “é uma agradável surpresa”. A declaração foi dada durante um evento do UBS Brasil Banco de Investimento, nesta terça-feira (30), em São Paulo.
"Haddad é uma agradável surpresa. Ele faz o possível para manter a integridade das contas públicas [...] Se o novo teto vai dar certo ou não, só o tempo vai dizer. Mas, de qualquer forma, continua intacta a ideia de um teto para as despesas públicas”, afirmou o ex-presidente, que foi o responsável pela criação do Teto de Gastos, revogado pelo presidente Lula (PT).
Ano passado, Lula substituiu o Teto de Gastos pelo Arcabouço Fiscal, que permite a flexibilização dos gastos do governo.
Ao fazer referência ao governo do PT como um todo, Michel Temer, disse que é preciso “ter um certo otimismo”.
Segundo Temer, “o primeiro ano do governo Lula foi de muitos embates, mas agora ele começa a tomar rumo”.
Para o ex-presidente, a atual postura de Lula em comparação aos mandatos anteriores se justifica pelas “angústias” que o petista passou durante a sua prisão.
“Ele sofreu angústias com sua detenção de 580 dias e saiu muito magoado [...] Vejo um embate agressivo, não só dele, de todas as partes, o que não é bom. Quando se vai para o embate todo o tempo, causa mal estar no povo brasileiro”, afirmou Temer.
O emedebista também defendeu a manutenção do diálogo entre os Três Poderes e tentou justificar as constantes interferências do Supremo Tribunal Federal (STF).
"O Judiciário só se manifesta quando provocado. O Supremo vai avançando sobre certos temas porque é provocado. A provocação tem que parar”, disse.
Temer afirmou ainda que deu conselhos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no início do seu governo e criticou a sua postura durante a crise sanitária da Covid-19.