Temer nega ter conversado com Bolsonaro sobre ser vice em eventual chapa em 2026.| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
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O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta (7) que “está fora da vida pública” e vive “seu melhor momento” na advocacia e no reconhecimento público. A declaração foi uma resposta a uma citação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que sinalizou a possibilidade de conversar com ele para possivelmente montar uma chapa para concorrer à eleição presidencial de 2026.

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Bolsonaro afirmou que sonha em se candidatar novamente ao cargo e que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos pode, de certa forma, influenciar nos rumos da sua inelegibilidade no Brasil.

“[Temer] está fora da vida pública. Os bons governos demoram para ser reconhecidos. Essa declaração, ele [Temer] toma como um gesto de reconhecimento do bom trabalho que fez”, disse a assessoria do ex-presidente à GloboNews.

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Temer foi citado por Bolsonaro por conta de especulações de bastidores de que poderia fazer uma aliança para disputar a eleição de 2026 contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi vice de Dilma Rousseff (PT) e assumiu a presidência após o impeachment de 2016.

Bolsonaro afirmou que não descarta conversar com ninguém, e disse que Temer “é garantista, é um ex-presidente”.

“Está na mídia, não sei se é verdade ou não, eu não falo sobre esse assunto, é o [Michel] Temer [MDB] de vice. [...] Não falo sobre esse assunto. Não descarto conversar com ninguém, até com você. Ele é garantista, é um ex-presidente. O impeachment [de Dilma] abriu uma brecha para eu me candidatar. Não existe impeachment sem vice”, disse Bolsonaro em entrevista à Folha de S. Paulo.

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Pouco depois, Temer afirmou que os rumores de uma chapa com Bolsonaro não existem, e que considera "esquisitíssimo" esse tipo de conversa.

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"Aquilo é uma brincadeira, só pode ser. Achei esquisitíssimo. [...] Se ele [Bolsonaro] disse isso [que existem conversas], então ele foi delicado. Se ele falasse que descarta, poderiam achar que sou eu que estou querendo", disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

Em 2021, Temer chegou a intermediar uma aproximação entre Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em meio a um acirramento das tensões entre o Executivo e o Judiciário. Ele, no entanto, diz que não deve fazer o mesmo agora para tentar influenciar em alguma decisão que leve à absolvição da inelegibilidade do ex-presidente.

"[Naquela época] era, na verdade, para pacificar o país, porque aquilo poderia dar num grande conflito civil. Agora, eu não vou entrar, a não ser que me peçam para opinar, e isso não ocorreu", pontuou.

Bolsonaro afirmou que Trump gostaria que ele voltasse a se eleger, e pretende participar da posse em janeiro, em Washington. O ex-presidente afirmou que pedirá a Moraes que devolva seu passaporte, apreendido em fevereiro durante a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal.

“Ele [Moraes] vai falar não para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou ex. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex? Acha que vou para os Estados Unidos e vou ficar lá”, afirmou.

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Bolsonaro ainda disse ter certeza de que será convidado para a posse, e que talvez Lula também seja “protocolarmente”. “Quem vai convidar do Brasil? Talvez só eu”, pontuou.

O ex-presidente afirmou, ainda, ver nessa investigação uma perseguição que não chega a resultado algum. Para ele, Moraes tenta incriminá-lo há dois anos sem conclusão.

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